As autoridades de Omaui, no sul da Nova Zelândia, querem erradicar os gatos da região para conseguirem proteger a biodiversidade local.
Os esforços da Nova Zelândia para proteger a biodiversidade estão indignando muitos donos de felinos. Depois de ter “declarado guerra” a criaturas como ratazanas e doninhas, agora as autoridades têm um novo alvo: os gatos.
De acordo com o Science Alert, que cita uma reportagem do New York Times, a ideia é que a medida, que ainda está em consulta pública, seja implementada na aldeia de Omaui, em Southland, no sul do país, habitada por 35 pessoas.
Apresentada na terça-feira (28), a proposta – que tem como alvo 72 predadores, incluindo gatos domésticos – faria com que, nos próximos seis meses, estes animais de estimação tenham que ser registrados, sendo também obrigatório que possuam microchips. Depois de o amigo felino morrer, o dono não estaria autorizado a substitui-lo por outro gato.
“Nós não odiamos gatos”, diz John Collins, do Omaui Landcare Charitable Trust, ao site Newshub, citado pelo jornal Público. “Mas esse não é o lugar ideal para eles”, acrescenta.
Como seria de se esperar, nem todos os residentes estão satisfeitos com a proposta, defendendo até que sem esse tipo de animal é que o problema dos roedores nas redondezas não terá fim.
“Não interessa quantos roedores apanho ou enveneno, vão continuar aparecendo mais e mais vindos do mato”, explica Nico Jarvis ao Otago Daily Times, uma residente de Omaui que tem três gatos e já começou uma petição para travar a proposta. “Se não posso ter um gato, quase não é saudável viver na minha casa”.
Jarvis acusa o conselho regional do ambiente de Southland, entidade responsável por esse plano, de se comportar como um “estado policial” e diz que a maioria da comunidade pensa que os benefícios que irá trazer para a vida selvagem da região serão insignificantes.
Ao mesmo jornal, John Collins, por sua vez, recorda que já viu pássaros nativos “feitos em pedaços” no jardim de casa. “A vida selvagem nativa está desaparecendo rapidamente por todo o país e lugares como este, onde as pessoas ainda desfrutam do som dos pássaros, já são provavelmente muito raros”, declara.
A Nova Zelândia tem a maior proporção de espécies ameaçadas no mundo, ao abrigar mais de 4 mil criaturas ameaçadas. Especialistas ambientais dizem que as raras espécies nativas do país têm sido aterrorizadas por invasores nos últimos 200 anos.
Ciberia // ZAP