Websérie mostra a incrível jornada de drones em busca de botos da Amazônia

(dr) Amanda Lelis

WWF-Brasil e Instituto Mamirauá no Rio Juruá soltando o drone para fazer a contagem dos botos.

WWF-Brasil e Instituto Mamirauá no Rio Juruá soltando o drone para fazer a contagem dos botos.

O WWF-Brasil, o Instituto Mamirauá e a Conservation Drones lançam hoje (27) a websérie Expedição Ecodrones – Botos da Amazônia, composta por cinco vídeos, de curta duração, a serem divulgados na internet.

Tecnologia de ponta, uma rica biodiversidade, a imensidão da maior floresta tropical do mundo são o enredo da série que mostra a incrível jornada para testar a contagem de botos com o uso de drones.

A expedição, que faz parte do projeto Ecodrones Brasil, foi realizada de forma inédita, no final de 2016. A proposta foi testar e aprimorar técnicas e metodologias para a utilização de drones em pesquisas científicas e utilizá-los para otimizar atividades de campo que exigem grande esforço da equipe e alto investimento de recursos.

Ao todo, a viagem percorreu 400 km pelo Rio Juruá, próximo ao município de Tefé, no Amazonas, em oito dias, e avistou 791 botos.

“Queremos que as pessoas acompanhem os desafios, as surpresas e as belezas naturais que vivenciamos durante essa expedição. Ficamos muito satisfeitos com o resultado e esperamos que isso possa chamar a atenção para a importância do uso de tecnologias em prol da conservaçãol”, avalia Marcelo Oliveira, especialista de conservação do programa Amazônia do WWF-Brasil.

Segundo ele, o projeto inova em ser o primeiro a utilizar a tecnologia para monitoramento populacional de botos. “É a primeira vez no mundo que um trabalho como esse é feito com mamíferos aquáticos em rios amazônicos. Já houve registro de comportamento de botos. Mas um censo, ou densidade populacional, nunca foi feito”, relatou.

De acordo com Miriam Marmontel, pesquisadora do Instituto Mamirauá – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – a proposta foi testar uma metodologia que possibilite a coleta de dados por meio dos vídeos gravados por drones.

Após a comparação das informações dos vídeos com as informações registradas pelos pesquisadores, espera-se alcançar um modelo de utilização do drone para a contagem de botos.

Daiane da Rosa, pesquisadora do Instituto Mamirauá e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), disse que foi uma experiência nova para todos e a primeira vez que um grupo fez estimativas de botos no Rio Juruá, das espécies cor-de-rosa (Inia geoffrensis) e tucuxi (Sotalia fluviatilis).

“Do Acre até o Solimões, na desembocadura do rio, o Rio Juruá passa por três Reservas Extrativistas (Resex): do Alto, do Médio e do Baixo Juruá. Com essa pesquisa, nós conseguimos contemplar quase completamente a do Baixo Juruá” explica.

“Por mais que se trate de uma Resex em terra, nós sabemos que o rio acaba sendo uma zona de amortecimento dessas reservas, então por isso a importância de estudar também a fauna do rio”, afirma a pesquisadora.

Os vídeos serão disponibilizados nas redes sociais e no site Expedição Ecodrones.

// WWF

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