Ao pesquisar com a população ribeirinha de algumas regiões alagadas da Amazônia o motivo pelo qual lá não haviam mosquitos transmissores da malária, um grupo de pesquisadores do Museu Paraense Emilio Goeldi descobriu em uma planta uma forte arma contra a proliferação do Aedes aegypti.
Com Montrichardia linifera, planta também conhecida como Aninga, os pesquisadores pretendem desenvolver repelentes e um larvicida.
O trabalho de pesquisa já se desenvolve há dez anos, e quando o grupo tomou conhecimento do uso que as populações ribeirinhas faziam da planta como repelente, descobriram nos compostos químicos da Aninga elementos que inibiam o desenvolvimento dos ovos do parasita que causa a malária.
A partir da descoberta, os pesquisadores começaram a desenvolver óleos com a Aninga e outras espécies do mesmo gênero, para servirem como repelentes do mosquito da dengue.
A pesquisa a respeito do uso das Montrichardias contra a malária já foi publicada em 2010, e agora o desenvolvimento do uso da planta contra o Aedes está correndo para que o modo de realização possa ser passado a uma empresa especializada, a fim de que os produtos sejam enfim desenvolvidos.
Se a tecnologia da natureza é evidente – e eis mais um dos milhões de motivos para que ela seja preservada – o conhecimento das populações que vivem por e para a natureza são também armas fundamentais no desenvolvimento humano, e que merecem atenção, cuidado e interesse especial.
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