O Ministério de Defesa da Rússia anunciou nesta segunda-feira (19) a suspensão da cooperação com os Estados Unidos dentro do memorando para evitar incidentes no espaço aéreo da Síria.
Além disso, o Ministério russo advertiu que qualquer aeronave, avião ou drone da coligação internacional liderada pelos EUA que for detectado no espaço aéreo sírio a oeste do rio Eufrates será considerado “na qualidade de alvo aéreo” pelas defesas antiaéreas russas.
O anúncio ocorre um dia depois de um caça F18E Super Hornet americano ter abatido um avião sírio Su-22, depois da aeronave, de fabricação russo, ter feito um bombardeio perto da localidade de Al Tabqa, que fica a cerca de 62 quilômetros a oeste da cidade de Al Raqqa, no nordeste da Síria.
“O abate do avião das Forças Aéreas sírias pela aviação americana no espaço aéreo da Síria é uma cínica violação da soberania da República Árabe Síria”, denunciou o Ministério da Defesa em comunicado.
O Ministério russo acrescentou que considera as ações do comando americano como “um não-cumprimento consciente das suas obrigações” no marco do memorando para evitar os incidentes e garantir a segurança dos voos durante as operações na Síria, assinado em 20 de outubro de 2015.
A coligação internacional liderada pelos EUA justificou o abate do avião sírio com o direito a defender seus aliados, as milícias de Forças da Síria Democráticas (FSD), após um suposto ataque das forças leais ao presidente Bashar al-Assad.
Pouco antes do anúncio do Ministério da Defesa russo, o número dois da diplomacia russa, Sergey Riabkov, qualificou diretamente de “agressão” o abate do avião sírio por parte dos Estados Unidos no domingo (18) e denunciou a ação como uma violação direta do direito internacional.
“Se isto não for um ato de agressão, é uma violação direta do direito internacional”, disse Riabkov em declarações à imprensa local.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros manifestou que o abate do avião sírio “deve ser investigado, antes de tudo, como uma continuação da política americana de desprezo das normas do direito internacional”.
// ZAP