Pela primeira vez, cientistas contaram a quantidade aproximada de planetas grandes sem sol na Galáxia, e revelaram que o número é quase dez vezes menor do que se pensava antes, diz-se no artigo, publicado pelo jornal Nature Astronomy.
“Nós revelamos que planetas ‘órfãos’, com mesma massa que Júpiter, são encontrados dez vezes menos do que pensávamos antes. Por outro lado, era de se esperar, pois corresponde de forma positiva tanto aos dados, obtidos em observações dos possíveis planetas, como a previsões teóricas sobre a frequência de aparecimento de ‘órfãos’ grandes”, explica Przemyslaw Mroz, pesquisador da Universidade de Varsóvia (Polônia), citado pelo Space.com.
Nos últimos dez anos, astrônomos descobriram, em regiões próximas à Galáxia, vários corpos celestes opacos e frios, denominados planetas “órfãos”; sua natureza é tópico de estudo entre planetólogos de todo o mundo.
Um grupo de astrônomos poloneses realizou pela primeira vez da história uma lista destes corpos celestes, baseando-se em dados concretos, que foram recolhidos por eles no quadro do OGLE — projeto que observa como a gravidade de diferentes corpos celestes do Sistema Solar distorce a luz de estrelas distantes em direção à Terra.
A massa e tamanho destes corpos celestes determinam o tempo e a força de como a luz é retorcida. Tal fato permite que os cientistas avaliem dois parâmetros com precisão.
No total, os cientistas poloneses e seus colegas observaram cerca de 2.600 distorções da luz estrelar. Este número foi suficiente para perceber com que frequência planetas “órfãos” são encontrados e quais são seus tamanhos típicos.
Os astrônomos conseguiram registrar seis eventos, que podem corresponder a planetas “órfãos”. Nenhum deles é de grande tamanho e todos são parecidos com a Terra ou análogos pedregosos dela de outros sóis.
Este fato prova que na Galáxia há muito menos planetas “órfãos” do que era imaginado. A cada quatro estrelas da Via Láctea, segundo os cálculos dos astrônomos poloneses, há apenas um planeta interestelar, e não dez — como imaginavam antes.
Segundo os cientistas, o estudo revela que planetas grandes se separam de sistemas estrelares recém-nascidos com menos frequência do que corpos celestes relativamente pequenos.
Mas, por enquanto, é difícil obter confirmações sobre estes “órfãos”, pois é preciso usar poderosos telescópios espaciais de infravermelho, semelhantes ao do observatório orbital WFIRTS ou ao seu “confrade” europeu Euclid, cujo lançamento à orbita será realizado na década de 2020.
Ciberia // Sputnik News