A Via Láctea pode ter 100 mil milhões de anãs marrons, as chamadas “estrelas falhas”, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira (6) e liderado por uma pesquisadora da Universidade de Lisboa.
As anãs marrons são conhecidas como ‘estrelas falhas’ dada a sua fraca luminosidade e por não conseguirem iniciar a fusão de hidrogênio no seu núcleo, como acontece com o Sol. A sua massa é superior à de um planeta, mas inferior à de uma estrela.
A equipe internacional de astrônomos, liderada por Koraljka Muzic, da Universidade de Lisboa, e Aleks Scholz, da Universidade de St. Andrews, no Reino Unido, estima que a Via Láctea tenha, pelo menos, 25 bilhões a 100 bilhões de anãs marrons.
De acordo com o estudo, citado em comunicado pela Royal Astronomical Society, os números podem estar subestimados, uma vez que os astrônomos identificaram na pesquisa anãs marrons de tamanho muito pequeno e com luminosidade muito fraca.
As anãs marrons foram detectadas no aglomerado estelar “RCW 38”, localizado a 5.500 anos-luz da Terra, na constelação Vela. A esta distância, estes corpos celestes têm uma luz tênue e são difíceis de identificar junto das estrelas mais brilhantes.
Para obter uma melhor imagem, o grupo de astrônomos usou uma câmara ótica adaptativa do Very Large Telescope (VLT), operado pelo Observatório Europeu do Sul, organização astronômica da qual Portugal faz parte.
No final, combinou os resultados de um total de três horas de observação com os de um estudo anterior, que incluiu dados sobre um outro aglomerado estelar, o “NGC 1333”, a mil anos-luz da Terra, na constelação Perseu.
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