Estrelas anãs vermelhas “matam” planetas que giram ao redor delas

Prolongadas observações de estrelas anãs vermelhas mostraram que elas produzem muitas explosões pequenas capazes de extinguir atmosfera e toda a vida dos planetas que giram ao seu redor, informa o Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.

No ano passado, os cientistas encontraram vários planetas, que podem ser candidatos ao título de “irmãos” ou “primos” da Terra. O primeiro planeta foi encontrado perto da estrela mais próxima a nós, Proxima Centauri, e os outros três no sistema estelar TRAPPIST-1, na constelação de Aquarius, onde estão sete planetas semelhantes à Terra.

Todos os planetas têm as seguintes caraterísticas em comum: são pequenos, estão localizados “na zona habitável”, ou seja, onde pode haver água em estado líquido, e giram ao redor de anãs vermelhas.

O último ponto é ao mesmo tempo vantagem e desvantagem, pois as anãs vermelhas vivem muito, o que dá tempo para criação de vida, mas algumas delas são caracterizadas pela instabilidade através de muitas explosões.

O cientista Scott Fleming do Instituto do Telescópio Espacial de Baltimore (EUA) e seus colegas decidiram verificar com que frequência ocorrem explosões na superfície das anãs vermelhas através da análise de dados coletados pelo telescópio ultravioleta GALEX durante sua estadia na órbita entre 2003 e 2012.

No total, os cientistas conseguiram descobrir vestígios de algumas centenas de explosões na superfície de dezenas de anãs vermelhas, cuja intensidade e duração variavam significativamente.

De acordo com os astrônomos, foram detectadas tanto erupções superpotentes — fenômeno que não acontece no Sol de 200 a 300 anos — como explosões relativamente fracas, parecidas com as que acontecem na superfície do Sol cada dia.

Diferentemente da Terra, que não pode ser afetada por tais explosões, os planetas nas órbitas perto do sistema estrelar TRAPPIST-1 e LHS-1140 sofrem grande ameaça, pois estão localizados muito perto das anãs.

Os cientistas explicam que até mesmo as explosões pequenas podem vir a destruir a camada de ozônio e atmosfera, penetrando na superfície dos planetas e, consequentemente, diminuindo drasticamente a possibilidade de surgimento de vida.

A resposta final para esta pergunta, como destacam os especialistas, pode ser recebida já em breve, em 2018, quando será lançado à órbita o telescópio espacial James Webb, capaz de receber fotos destes planetas e estudar a composição da atmosfera deles.

Estes dados ajudarão a perceber se os planetas perto do TRAPPIST-1 e LHS-1140 são mesmo sem vida.

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