Valerie Wilson tenta angariar 1 bilhão de dólares para comprar uma posição maioritária na rede social. “É um pequeno preço para retirar de Trump o seu megafone mais poderoso e prevenir uma horrífica guerra nuclear”, explicou.
Valerie Plame Wilson, uma antiga agente da CIA, criou uma campanha de crowdfunding para angariar 1 bilhão de dólares (cerca de R$ 3,1 bilhões) para comprar o Twitter. O único objetivo é impedir que Donald Trump possa usar a rede social.
Na página da iniciativa (“Vamos comprar o Twitter e banir o Trump”) a antiga agente justifica a iniciativa: “Donald Trump tem feito muitas coisas horríveis no Twitter”.
“Desde encorajar supremacistas brancos a promover a violência contra jornalistas, seus tweets prejudicam o país e colocam as pessoas em perigo. Mas ameaçar com uma guerra nuclear com a Coreia do Norte eleva tudo a um novo nível perigoso. Está na hora de desligá-lo”, defende.
Wilson acusa o Twitter de ignorar suas próprias normas de conduta, resistindo a cancelar a conta do presidente dos EUA. “A boa notícia é que podemos tomar essa decisão por eles”, afirma. Para a ex-agente da CIA, 1 bilhão de dólares é “um pequeno preço a pagar para retirar de Trump o seu megafone mais poderoso e prevenir uma horrífica guerra nuclear”.
Entretanto, é tudo mais fácil dito do que feito. No meio da tarde desta quinta-feira (24), uma semana depois de a campanha ter sido criada, Wilson tinha angariado pouco mais de 41 mil dólares, resultado da doação de cerca de 1.250 pessoas.
A quantia de 1 bilhão dólares fariam dela a maior acionista do Twitter, colocando-a numa boa posição para influenciar a empresa, mas seria necessário seis vezes mais para ter a maioria do capital. Caso o objetivo não seja atingido, o dinheiro será doado à Global Zero, uma ONG que luta pelo desarmamento nuclear.
Em declaração por e-mail, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, qualificou a iniciativa como “uma tentativa ridícula” de condicionar a liberdade de expressão de Trump e “uma expressão de ódio e intolerância”.
Valerie Wilson ficou famosa em 2003 quando um responsável da administração Bush revelou a um jornalista sua identidade como agente da CIA.
O ato foi visto como uma retaliação pelo marido de Valerie, um diplomata chamado Joe Wilson, que escreveu um artigo de opinião no New York Times, no qual alega que a administração do presidente George W. Bush manipulou informações de relatórios sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque, de forma a justificar a invasão.
O caso inspirou o filme “Jogo de Poder”, com Naomi Watts na pele da agente e Sean Penn no do diplomata.
Ciberia // ZAP