Em 2010, atraído pela aventura e com a possibilidade de uma descoberta, o jovem especialista em mamíferos Tyrone Lavery partiu para a ilha de Vanguno, onde o animal tinha sido avistado. Ele queria ver mais.
Os diversos pesquisadores que andaram na densa floresta tropical não tinham conseguido encontrar qualquer prova de que o mito era uma realidade, divulgou a TSF.
O cientista do Museu Field de História Natural, em Chicago, colocou ratoeiras e câmeras ativadas por movimento em pontos-chave da ilha, mas não conseguiu descobrir nada. Só em 2011 encontrou a primeira pista: fezes gigantes de rato.
Mesmo assim, Lavery disse ao jornal britânico The Guardian que pensou em desistir porque considerava que não estaria perante uma nova espécie.
Foi no último ano que tudo mudou. Durante o corte de árvores, os aldeões com quem o cientista já tinha trabalhado viram um “vika” – como lhe chamavam – cair ferido no chão. O rato morreu pouco depois, mas Tyrone Lavery foi avisado.
Os estudos que fez no crânio do animal e no DNA provaram que se tratava de uma nova espécie dentro do gênero uromys. A partir do animal encontrado, o cientista conseguiu calcular que ele poderia ter até 45 centímetros de comprimento, sem a cauda, e chegar a pesar meio quilo.
O cientista norte-americano chamou-lhe de uromy vika, em homenagem ao nome que os aldeões lhe davam. Lavery não encontrou provas de que o rato coma cocos, mas sabe que come nozes ngali, um fruto local que pode ser tão difícil de abrir como um coco.
No estudo, Tyrone Lavery sugere que o uromy vika seja imediatamente colocado na lista mundial de espécies gravemente ameaçadas, já que todos os avistamentos do rato aconteceram numa mesma espécie de árvore existente na ilha de Vanguno – o que significa que o habitat do animal está reduzido a 81 quilômetros quadrados.
Tyrone Lavery espera lançar um campanha de crowdfunding para ajudar a construir uma casa para os guardas florestais que trabalham na conservação da região habitada pelo rato gigante.
Ciberia // ZAP