A estação espacial chinesa Tiangong-1, que pesa 8,5 toneladas, está fora de controle e estima-se que caia na Terra entre este mês de outubro e abril do próximo ano. O problema: ninguém sabe exatamente onde a estação vai cair.
Segundo o The Guardian, a Tiangong-1 , também conhecida por “Palácio Celestial”, foi lançada em 2011 e descrita como um “potente símbolo político” da China, como parte de um ambicioso programa científico do país para se tornar uma superpotência espacial.
A estação foi utilizada para missões tanto tripuladas como não tripuladas e foi visitada pela primeira mulher astronauta chinesa, Liu Yang, em 2012.
Mas, em 2016, depois de vários meses de especulação, as autoridades chinesas confirmaram que tinham perdido o controle da estação espacial e que iria cair na Terra entre 2017 e 2018. A agência espacial chinesa avisou até a ONU de que esperavam que isso fosse acontecer entre outubro deste ano e abril de 2018.
Desde então, a órbita da estação espacial está se aproximando do nosso planeta. Nas últimas semanas, a Tiangong-1 entrou nas camadas mais densas da atmosfera e começou a cair ainda mais rápido.
“O perigeu já está a menos de 300 quilômetros de altura e atingiu as camadas mais densas da atmosfera, por isso, o ritmo da queda está aumentando”, disse Jonathan McDowell, astrofísico de Harvard, ao jornal britânico. “É de se esperar que [a estação] caia dentro de alguns meses – em finais de 2017 ou início de 2018”, acrescentou.
Embora se espere que parte do laboratório espacial se incendeie e desintegre-se na atmosfera, McDowell considera que algumas das peças que podem atingir a superfície poderiam pesar mais de 100 quilos.
Além disso, é impossível saber o local exato onde vão cair. “Não se pode dirigir o trajeto destas coisas”, disse McDowel em 2016.
“Mesmo quando só faltar alguns dias para a sua reentrada, é provável que não se consiga fazer melhor do que calcular o momento do impacto com uma margem de seis ou sete horas, para mais ou para menos. E não saber quando vai cair traduz-se em não saber onde vai cair”, explicou.
Segundo o astrofísico, um ligeira alteração nas condições atmosféricas pode empurrar os destroços da estação espacial “de um continente para outro”.
No dia 23 de março de 2001, a estação espacial russa MIR (“paz” ou “mundo”, em russo) caiu na Terra, se desintegrando na atmosfera. Na ocasião, os destroços caíram no oceano Pacífico.
Ciberia // ZAP