O comércio de esquilos feito por Vikings pode ter levado hanseníase, também conhecida como lepra, para a Inglaterra durante a era pré-medieval, indicam arqueólogos.
Uma pesquisa revelou que um crânio humano encontrado em Suffok, na Inglaterra, tinha marcas bastante parecidas com um tipo da doença conhecida por afetar esquilos. Testes de radiocarbono dataram o crânio feminino encontrado em Suffok entre os anos 885 e 1015.
A mesma variante da doença também foi identificada em restos mortais datados da Idade Média e encontrados na Dinamarca e também na Suécia, países naturais dos Vikings.
Sarah Inskip, da Universidade de Cambridge, afirmou que o contato com a “pele e carne de esquilo, muito apreciadas, pode ter espalhado a doença”.
O sequenciamento de DNA da bactéria Mycobacterium leprae, responsável pela hanseníase e encontrada em animais “modernos”, mostrou que a bactéria está relacionada com o tipo encontrado no esqueleto descoberto em Suffok.
Essa bactéria também é semelhante à identificada em tatuagens, que posteriormente foi transmitida a seres humanos na Flórida, nos Estados Unidos.
“A ideia de que a lepra, ou hanseníase, possa ter vindo dos esquilos é bastante interessante”, diz Inskip. Os portos de King’s Lynn e de Yarmouth, na Inglaterra, eram importantes importadores de pele de esquilos vindos da Dinamarca e da Suécia, acrescenta.
Na época, os esquilos também eram domesticados.
A hanseníase foi anteriormente encontrada no esqueleto de um homem em Chesterford, na Inglaterra, que datava entre os séculos 5 e 6 a.C., sugerindo que a doença persistiu por centenas de anos no sudeste da Inglaterra.
“Esta nova prova, juntamente com a existência de leprosários em East Anglia (no Leste da Inglaterra), a partir do século XI, contribui para a ideia de que a doença era endêmica nesta região antes de outras partes do país”.