A polícia dinamarquesa confirmou nesta quarta-feira (22) ter encontrado um braço esquerdo em Copenhague que pode pertencer à jornalista sueca Kim Wall, desaparecida em meados de agosto em um submarino.
As pernas de Wall apareceram há um mês na Baía de Køge envolvida em material metálico junto com sua cabeça, embora a um quilômetro de distância, informou a polícia, que espera os resultados dos exames dos médicos legista.
Durante as últimas semanas foram achadas de forma separada várias partes do corpo de Wall, vista pela última vez na noite de 10 de agosto a bordo do submarino de fabricação caseira Nautilus.
A jornalista estava a bordo do submarino para entrevistar o inventor dinamarquês Peter Madsen, preso de forma preventiva pela acusação de homicídio.
Em seu último interrogatório, no final do outubro, Madsen admitiu ter esquartejado a jornalista dentro do submarino e lançado seus restos no mar, algo que tinha negado até então.
O inventor mudou, além disso, sua declaração sobre a morte de Wall, que segundo ele tinha sido provocada após uma escotilha cair sobre a cabeça dela, e afirmou que a mesma pode ter morrido intoxicada por monóxido de carbono enquanto ele estava no convés.
As modificações na versão do suspeito – que segue dizendo ser inocente pelo assassinato da jornalista – aconteceram depois que os legista constataram que o crânio não tinha fraturas e nem sinais de violência, o que desmentiu a declaração de golpe na cabeça.
O inventor e a jornalista ficaram desaparecidos por várias horas até que Madsen foi visto em 11 de agosto pela manhã em Køge, onde foi resgatado antes do submarino afundar.
Madsen sustentou inicialmente ter desembarcado a repórter horas depois do início da viagem e que o submarino afundou por uma falha, embora depois tenha mudado seu depoimento e ficou comprovado que o submarino afundou de forma proposital.
Na segunda versão, apontou para a morte acidental por golpe e afirmou que depois navegou horas sem rumo e pensando em suicídio, embora também teve tempo de tirar um cochilo antes de lançar o corpo no mar, inteiro e com roupa.
A investigação policial já tinha concluído que o corpo foi esquartejado de forma proposital e que o tronco do corpo tinha canos de metal fixados e que apresentava ferimentos feitos para extração do ar de seu interior com o objetivo de que afundasse e não subisse à superfície.
No computador do inventor foram achados vídeos de mulheres executadas e torturadas, mas ele afirmou não serem seus.
Ciberia // EFE