As tentativas do fabricante dos caças F-35, a empresa Lockheed Martin, de melhorar o processo de manutenção dos aviões e o serviço logístico para as peças sobressalentes estão “estagnadas”, segundo avaliou o Centro de Ensaios do Pentágono.
Em particular, a disponibilidade operativa dos caças, uma “característica-chave”, está em volta dos 50%, tendo em conta que este índice tem se mantido intacto desde outubro de 2014, apesar do aumento da frota das aeronaves, assinala Robert Behler, diretor do Departamento de Ensaios Operativos, em um relatório destinado aos altos responsáveis do Pentágono e a diferentes comitês do Congresso, citado pelo portal Bloomberg.
Vale a pena ressaltar que é planejado terminar oficialmente a fase de desenvolvimento dos F-35, que durou 16 anos, em 2018. A partir de setembro, o projeto entrará em uma fase de provas de combate intensas, que culminarão com o início da fabricação em massa.
O relatório ressalta que, até hoje, já nas vésperas do fim do desenvolvimento formal, o projeto ainda sofre de problemas técnicos e de viabilidade. No total, fala-se de pelo menos mil “deficiências não solucionadas” da aeronave. Nesta lista figuram coisas de pouca importância relativa, como pneus pouco duradouros na versão da Marinha, o F-35B.
Por outro lado, também há assuntos cruciais, como o software do avião que ainda mantém “deficiências-chave”, apesar de ter tido 31 processos de programação desde sua criação.
Entre os problemas-chave mencionadas pela Bloomberg estão a impossibilidade de reabastecimento em voo da versão F-35A, deficiências na interface do capacete do piloto, problemas classificados com lançamento de mísseis ar-ar AIM-120 e o emprego do armamento de ataque ao solo, assim como o fato da base de dados completa sobre os possíveis adversários (aviões e sistemas de defesa antiaérea chineses, russos, sírios e iranianos) não estar disponível até o fim de 2019.
Finalmente, o problema com a logística das peças sobressalentes tem piorado devido ao algoritmo de autodiagnóstico imperfeito que costuma qualificar como “deficientes” componentes que nunca falharam.
Deste modo, o relatório resume que a fase das provas de combate, “a mais confiável na hora de determinar o desempenho nas missões reais”, não será terminada até dezembro de 2019.
Ciberia // Sputnik News / ZAP