A revista norte-americana Time incluiu nesta quarta-feira (31) o ex-presidente do governo catalão Carles Puigdemont, que se encontra foragido da justiça espanhola em Bruxelas, entre os cinco “fugitivos mais procurados” em 2018, do ponto de vista geopolítico.
A Time elegeu Carles Puigdemont como um dos cinco “fugitivos mais procurados” em 2018, uma das cinco personalidades mais procuradas que chamaram a atenção no mundo. No seu site, a revista quer analisar “o que suas histórias específicas nos dizem sobre o estado do globo em 2018”.
Puigdemont aprece em primeiro lugar, mas a lista não fica no ex-presidente do governo catalão. A revista inclui o fundador da WikiLeaks, Julian Assange, atualmente refugiado na embaixada do Equador em Londres, e o primeiro-ministro kosovar e um dos fundadores do Exército de Libertação do Kosovo, Ramush Haradinaj.
A Time refere ainda o islamita turco exilado nos Estados Unidos Fethullah Gulen, que a Turquia acusa de estar por trás do golpe de Estado fracassado de julho de 2016, e o ex-presidente georgiano Mikheil Saakashvili, condenado pela justiça do seu país por abuso de poder.
Sobre o ex-presidente do governo catalão, a Time recorda que os cidadãos da Catalunha apoiaram, em votação de 1978, com mais de 90% dos votos, a nova Constituição espanhola, redigida após a morte do ditador Francisco Franco e a instauração de um sistema democrático no país.
A consulta “tornou ilegal que uma região declarasse sua separação de Espanha sem mudar a Constituição, o que só o parlamento espanhol em Madri pode fazer”, lembra. No entanto, 40 anos depois, o independentista Puigdemont “seguiu em frente com um referendo sobre a independência à margem do que diz a Constituição”.
De acordo com a Time, Puigdemont “utilizou os resultados enviesados dessa consulta para anunciar a independência da Catalunha e o governo de Madri, defendendo o direito constitucional, destituiu o parlamento catalão e ordenou novas eleições regionais”.
O ex-presidente do governo regional da Catalunha fugiu com quatro dos membros do seu executivo para Bruxelas, enquanto a justiça espanhola ordenou sua detenção, acusando-o de rebelião, entre outros delitos.
“Isso terminou”
De acordo com informações da agência EFE, Puigdemont reconheceu em mensagens que o processo independentista terminou e que seus correligionários lhe “sacrificaram” como candidato após o “triunfo” dos planos do governo central da Espanha.
A rede de televisão espanhola Telecinco divulgou várias mensagens de celular de Puigdemont ao deputado autônomo e ex-conselheiro do seu gabinete, Toni Comín, captadas por uma de suas câmeras em Bruxelas.
“Voltamos a viver os últimos dias da Catalunha republicana”, diz Puigdemont. “O plano de Moncloa (governo espanhol) triunfa, só espero que seja verdade e que graças a isso possam sair todos da prisão porque senão o ridículo é histórico”, escreveu o ex-presidente.
Puigdemont e Comín permanecem em Bruxelas para fugir da ação da Justiça espanhola.
Ciberia // ZAP