Cunha diz que ficará conhecido por derrubar dois presidentes do Brasil

Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha

Em frase dita por Eduardo Cunha e publicada no Radar em julho, o ex-presidente da Câmara afirmou: “Ficarei conhecido por derrubar dois presidentes do Brasil”. Em Brasília, o medo é que ele cumpra ameaça

A prisão de Eduardo Cunha esta semana causou uma escalada de tensão em Brasília. E o pânico alastrado entre políticos poderá ter sua razão de ser.

Embora sua defesa negue, existe uma possibilidade muito grande de que o ex-deputado faça uma delação premiada.

O deputado afastado pelo STF em maio enfrenta, há nove meses, processo de cassação. Aprovado no Conselho de Ética e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), agora terá que ser votado em plenário.

Eduardo Cunha era presidente da Câmara quando decidiu abrir o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).

Foi ele quem conduziu a sessão de votação da admissibilidade do impedimento em plenário, em que votou contra a petista e disse: “Deus tenha misericórdia da Nação”.

Cunha é acusado de mentir à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras ao afirmar que não tinha contas no exterior.

Essa semana foi divulgado o conteúdo de mensagens do celular do ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo, em que a Polícia Federal encontrou referências a três encontros entre o empreiteiro e o então vice-presidente Michel Temer (PMDB) nos anos eleitorais de 2012 e 2014, intermediados pelo deputado afastado.

Em uma das mensagens Cunha afirma que Temer “cansou de esperar” o empreiteiro.

“Ficarei conhecido por derrubar 2 presidentes do Brasil”

De acordo com a coluna Radar Online, no site da revista Veja, essa frase de efeito foi dita pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a um interlocutor, que teria saído apavorado de uma conversa recente com o peemedebista.

Oficialmente, porém, cunha nega essa intenção e diz que “não praticou crime nenhum e não tem o que delatar“.

Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha

Mas essa quarta-feira (19), um dia antes de ser preso pela Polícia Federal, o ex-deputado Eduardo Cunha disse que estava disposto a delatar todos os “traidores”.

É assim que ele chama o grupo de políticos que participou de esquemas de corrupção, estava a seu lado e depois o abandonou.

Se levar adiante sua vontade, Cunha poderá entregar os desafetos já em seu primeiro depoimento em Curitiba. Ou seja, nesta semana.

Deus tenha misericórdia da Nação.