O advogado de Doyle Hamm, condenado à morte no Alabama, nos EUA, fala em “execução sangrenta, fracassada”: “Desistiram quando não conseguiram encontrar uma veia”.
Foram feitas mais de 10 tentativas durante duas horas e meia para a equipe médica encarregada de executar Doyle Hamm abortasse a sentença, depois de não terem encontrado uma veia para administrar a injeção letal.
De acordo com o Diário de Notícias, dias antes da execução, os advogados já tinham explicado que Doyle tinha câncer em fase terminal e um histórico de abuso de drogas que poderia comprometer as veias, o que resultaria em uma difícil execução.
Os advogados disseram ainda que o Alabama tentava acelerar um protocolo de execução especializado que aumentava as possibilidades de um procedimento defeituoso. O estado respondeu que sabia o que estava fazendo e que saberia lidar com a injeção letal.
Devido aos problemas em encontrar as veias de Hamm, o mandado de morte que tinha sido aplicado a ele expirou à meia-noite. Não foi divulgado se o Alabama pretende anunciar uma nova data para a execução.
Segundo a Reuters, os responsáveis do departamento prisional do Alabama não estiveram disponíveis para responder aos comentários do advogado de Hamm.
“Foi uma execução sangrenta e mal sucedida. Eles desistiram quando não conseguiram encontrar uma veia”, explicou Bernard Harcourt, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Colúmbia, que representa Hamm.
Doyle Hamm, de 61 anos, ficou com 12 feridas como resultado das abordagens sem sucesso, deixando para trás uma câmara de morte sangrenta. Segundo a descrição do advogado, o homem ficou com “cicatrizes nos tornozelos, na batata da perna e na virilha direita“, e está com “grandes hematomas” e um inchaço na virilha.
Hamm foi condenado por assassinar o recepcionista de um hotel durante um assalto em 1987, na cidade de Cullman, e passou mais de metade da sua vida no corredor da morte.
A injeção letal – que tem sido questionada nos 31 estados que aplicam a pena de morte, depois de outras execuções mal sucedidas no Oklahoma e no Arizona – é um procedimento de execução que consiste em aplicar por via intravenosa, e de forma contínua, uma quantidade letal de barbitúricos de ação rápida, combinados com produtos químicos que paralisam os músculos.
Segundo o Público, em 2014, Clayton Lockett, condenado à morte no estado do Oklahoma, levou 43 minutos para morrer de “um ataque cardíaco devastador”, como disseram seus advogados, depois de ter arrebentado a veia por onde foram injetados os químicos que o deveriam ter matado de forma “humana”.
Ciberia // ZAP