A tarifa adicional de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre as de alumínio adotadas nos EUA pelo governo do presidente Donald Trump preocupam o Brasil, informou nesta quinta-feira (1º) o Ministério do Desenvolvimento, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
De acordo com a pasta, a restrição comercial afetará as exportações brasileiras de ambos os produtos e pode resultar em contestação brasileira nos organismos internacionais.
Em nota oficial, o MDIC informou que o governo brasileiro espera chegar a um acordo com os Estados Unidos para evitar a aplicação das tarifas, mas caso isso não seja possível, o Brasil pode questionar a elevação das tarifas em foros globais.
“O governo brasileiro não descarta eventuais ações complementares, no âmbito multilateral e bilateral, para preservar seus interesses nesse caso concreto”, diz a nota.
O comunicado destaca que o ministro Marcos Jorge reuniu-se na terça-feira (27) em Washington com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, e reiterou que o aço brasileiro não representa uma ameaça à segurança nacional norte-americana.
Isso porque as estruturas produtivas dos dois países são complementares e 80% do aço exportado pelo Brasil é semiacabado e usado como insumo pela indústria siderúrgica americana.
No encontro, o ministro Marcos Jorge reforçou que Brasil e Estados Unidos são importantes e tradicionais parceiros comerciais. De sua parte, o secretário Ross afirmou disposição para buscar soluções positivas e que a eventual decisão de aplicação da sobretaxa poderia ser recorrida pelos países interessados.
A parceria comercial, ressaltou a nota do MDIC, também é vantajosa para os EUA. Segundo o MDIC, o Brasil importou cerca de US$ 1 bilhão de carvão siderúrgico norte-americano no ano passado. O combustível foi usado nas siderúrgicas nacionais para produzir o aço exportado aos Estados Unidos.
Ciberia // Agência Brasil