Afinal, a múmia não tinha fugido do sarcófago

Cientistas australianos descobriram restos de uma múmia dentro de um caixão com 2.500 anos, há décadas intocado num museu na Universidade de Sydney. O líder da pesquisa fala em uma grande descoberta para a arqueologia.

Uma múmia de 2.500 anos foi finalmente descoberta num caixão preservado na Universidade de Sydney durante os últimos 150 anos. Os arqueólogos acreditavam, até então, que o sarcófago estava vazio.

Os arqueólogos do Museu Nacional, o mais velho da Austrália, encontraram restos humanos de uma múmia ao levantarem a tampa do antigo caixão. A múmia não estava completamente intacta e os restos estavam um pouco danificados, informa a ABC News.

Enquanto os hieróglifos no caixão indicam que tenha sido feito para uma sacerdotisa chamada Mer-Neith-it-es, os cientistas apontam que, às vezes, as múmias eram retiradas do caixão original para que ele fosse reutilizado. Os antigos vendedores egípcios poderiam colocar outra múmia dentro, se o comprador assim pedisse.

Os arqueólogos tentam agora revelar o mistério de quem na verdade está dentro do caixão, utilizando modelos tridimensionais e conduzindo digitalizações por Tomografia Computadorizada (CT).

“A múmia é de uma pessoa mais velha, e tem algumas alterações degenerativas precoces e o sacro está fundido, pelo que sabemos que é definitivamente um adulto”, concluiu o professor John Magnussen.

O exame mostrou que os restos pertencem a um adulto com mais de 30 anos. A múmia estava em pedaços e exibia sinais de que alguém tinha revirado o caixão à procura de joias ou amuletos. Apenas 10% do corpo foi encontrado no sarcófago. Os pés e tornozelos, porém, estavam praticamente intactos.

The Nicholson Mummies on ABC's 7:30 – TONIGHT!

The ABC's 7.30 Report will broadcast our exciting #TheMummyProject TONIGHT, including scanning the 26th Dynasty coffin of Mer-Neith-it-es, and the excavations of the remains inside. Check out, below, the amazing 3D digital model of the coffin created by the fabulous guys at WYSIWYG, which is part of the story!

Posted by Nicholson Museum on Monday, March 26, 2018

Fraser afirmou que os ossos estão, no geral, fortemente partidos e misturados com detritos, provavelmente porque o caixão viajou o mundo. Mas isso não é de todo mau, uma vez que as múmias inteiras são normalmente deixadas intactas, o que limita os benefícios científicos.

“A múmia está em condições tão ruins que podemos usá-la para fins de pesquisa. É uma grande descoberta para antropólogos forenses. Podemos descobrir quem era essa pessoa, sua dieta e doenças. Descobrir como e por que morreu. Não é todos os dias que temos uma oportunidade dessas”, disse Fraser.

Outra descoberta importante feita pela especialista do Egito, Connie Lord, foi a seguinte: a resina foi colocada no crânio da múmia depois de o cérebro ter sido retirado. “É uma descoberta incrível, não me lembro de ter encontrado algo parecido. Isso devia ser extremamente raro”.

A identificação dos restos pode levar meses ou até anos, mas Fraser já adiantou esperar que o teste de radiocarbono provem que a pessoa morreu no ano 600 a.C. O caixão de Mer-Neith-it-es junto com outros três serão exibidos no novo museu Nicholson.

Ciberia // DW / Sputnik / ZAP

COMPARTILHAR

DEIXE UM COMENTÁRIO:

Como é feito o café descafeinado? A bebida é realmente livre de cafeína?

O café é uma das bebidas mais populares do mundo, e seus altos níveis de cafeína estão entre os principais motivos. É um estimulante natural e muito popular que dá energia. No entanto, algumas pessoas preferem …

“Carros elétricos não são a solução para a transição energética”, diz pesquisador

Peter Norton, autor do livro “Autonorama”, questiona marketing das montadoras e a idealização da tecnologia. Em viagem ao Brasil para o lançamento de seu livro “Autonorama: uma história sobre carros inteligentes, ilusões tecnológicas e outras trapaças …

Método baseado em imagens de satélite se mostra eficaz no mapeamento de áreas agrícolas

Modelo criado no Inpe usa dados da missão Sentinel-2 – par de satélites lançado pela Agência Espacial Europeia para o monitoramento da vegetação, solos e áreas costeiras. Resultados da pesquisa podem subsidiar políticas agroambientais Usadas frequentemente …

Como o Brasil ajudou a criar o Estado de Israel

Ao presidir sessão da Assembleia Geral da ONU que culminou no acordo pela partilha da Palestina em dois Estados, Oswaldo Aranha precisou usar experiência política para aprovar resolução. O Brasil teve um importante papel no episódio …

O que são os 'círculos de fadas', formações em zonas áridas que ainda intrigam cientistas

Os membros da tribo himba, da Namíbia, contam há várias gerações que a forte respiração de um dragão deixou marcas sobre a terra. São marcas semicirculares, onde a vegetação nunca mais cresceu. Ficou apenas a terra …

Mosquitos modificados podem reduzir casos de dengue

Mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia podem estar associados a uma queda de 97% nas infecções de dengue em três cidade do vale de Aburra, na Colômbia, segundo o resultado de um estudo realizado pelo …

Chile, passado e presente, ainda deve às vítimas de violações de direitos humanos

50 anos após a ditadura chilena, ainda há questões de direitos humanos pendentes. No último 11 de setembro, durante a véspera do 50° aniversário do golpe de estado contra o presidente socialista Salvador Allende, milhares de …

Astrônomos da NASA revelam caraterísticas curiosas de sistema de exoplanetas

Os dados da missão do telescópio espacial Kepler continuam desvendando mistérios espaciais, com sete exoplanetas de um sistema estelar tendo órbitas diferentes dos que giram em torno do Sol. Cientistas identificaram sete planetas, todos eles suportando …

Em tempos de guerra, como lidar com o luto coletivo

As dores das guerras e de tantas tragédias chegam pelas TV, pelas janelinhas dos celulares, pela conversa do grupo, pelos gritos ou pelo silêncio diante do que é difícil assimilar e traduzir. Complicado de falar …

Pesquisa do Google pode resolver problemas complexos de matemática

O Google anunciou uma série de novidades para melhorar o uso educativo da busca por estudantes e professores. A ferramenta de pesquisa agora tem recursos nativos para resolver problemas mais complexos de matemática e física, inclusive …