Uma equipe de pesquisadores anunciou que conseguiu entender de que forma a doença sexualmente transmissível mata as células que deviam combatê-la.
O grupo de cientistas, da Universidade de Monash, na Austrália, descobriu que a gonorreia resistente aos antibióticos leva as células imunológicas a “se suicidarem”. A descoberta foi feita após a revelação de que um homem britânico está infectado com o pior caso de supergonorreia do mundo.
As autoridades de saúde britânicas, corroboradas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelos Centros Europeus para o Controle de Doenças, informaram que o paciente não respondeu ao tratamento com uma combinação de antibióticos azitromicina e ceftriaxona – algo que nunca tinha acontecido, deixando os médicos preocupados.
O britânico teria contraído a doença depois de ter relações sexuais não protegidas durante uma viagem ao sudeste asiático, escreve a revista portuguesa Visão.
Segundo o novo estudo, publicado recentemente na PLOS Pathogens, a versão superbactéria da gonorreia cria minúsculas vesículas revestidas por membranas que atacam as células do sistema imunológico, induzindo-as ao suicídio. Assim, a Neisseria gonorrhoeae fica com o caminho livre.
Compreender o mecanismo abre portas para o desenvolvimento de um novo tratamento que impeça o sistema imunológico de se deixar vencer pela superbactéria, aumentando a esperança de uma possível cura, cada vez mais perto do alcance dos cientistas.
Além disso, a pesquisa pode igualmente fornecer informação a respeito de como outros tipos de bactéria conseguem iludir o sistema imunológico, não sendo afetadas por antibióticos.
A doença é sexualmente transmissível e é possível ter gonorreia e não manifestar sintomas claros, como é o caso de 10% dos homens heterossexuais e de mais de 75% das mulheres e homens homossexuais.
Entre os sintomas destacam-se o corrimento purulento, dor ao urinar e perdas de sangue fora da menstruação. Se não for tratada, a doença pode provocar infertilidade e até mesmo a morte.
Ciberia // ZAP