A cura da cegueira está próxima. Quem garante é o Centro de Análises Clínicas de Medicina Físico-Química da Rússia, cujos cientistas afirmam ter cultivado, com sucesso, retinas através da reprogramação de células.
Segundo um estudo publicado esta quarta-feira (30) no jornal russo Izvestia, o primeiro transplante de teste será realizado em 2017. Com a ajuda de novas tecnologias, cientistas planejam posteriormente realizar estudos no tratamento do Parkinson.
A reprogramação de células é um fenômeno bastante novo na ciência. Signa Yamanaka, professor da Universidade de Quioto e prêmio Nobel em 2012, descobriu a capacidade única de células humanas de determinados tecidos, como a pele, de mudar sua estrutura para o estado embrionário. As células-tronco podem dar origem a quase todo tecido.
A partir dos fibroblastos da pele, pode-se criar uma retina. Esta operação permitirá tratar, por exemplo, pacientes que estão perdendo a visão por causa de degeneração macular, doença causadora da cegueira em pessoas com mais de 55 anos.
Segundo o CAC MFQ – Centro de Análises Clínicas de Medicina Físico-Química da Rússia, o tecido mais fácil de ser trabalhado no método de reprogramação é a pele, pois a realização da biopsia não causa danos graves ao paciente, e as células se multiplicam significativamente.
Mesmo havendo alguns tratamentos que retardam o progresso da cegueira, os pacientes com degeneração macular genética começam a cegar entre 20 e 30 anos, pois não há, até hoje, um remédio contra ela.
Segundo o chefe do Laboratório de Tecnologias Biomédicas do CAC MFQ, Sergei Kiselev, testes clínicos de transplante de retina estão sendo executados atualmente nos EUA e na Europa.
Eles também foram realizados no Japão, onde foram temporariamente suspensos devido a mudanças na legislação, mas o país pretende seguir com o desenvolvimento da técnica em 2017.
A técnica poderá também ser usada para o transplante de neurônios humanos, que, juntamente com um procedimento da correção de genoma, ajudará no tratamento de pacientes com a doença de Parkinson.
// Agência BR / Sputnik News