Se a busca do homem por vida fora do planeta Terra está mais intensa do que nunca, qual o motivo de ainda não termos conseguido encontrá-la? Mas um novo estudo diz que já a encontramos – apenas não conseguimos perceber isso.
A ciência tem se dedicado nos últimos anos a análise de milhares de exoplanetas, com o objetivo de determinar se há algum indício de vida nesses corpos celestes semelhantes à Terra, orbitando outras estrelas com características parecidas com as do Sol.
Ao mesmo tempo, outros estudos procuram algum tipo de vida microbiana sob as crostas congeladas de Encélado e Europa, luas de Saturno e Júpiter, cuja existência ainda não foi descartada.
E diversas equipes de astrônomos vasculham os céus com aparelhos cada vez mais potentes à procura de sinais vindos do espaço que indiquem qualquer forma de vida extraterrestre.
Mas então, com tantos avanços na astronomia e na tecnologia espacial, qual o motivo de ainda não termos encontrado extraterrestres?
Diversas teorias tentam explicar a ausência de sinais de vida extraterrestre – desde o famoso Paradoxo de Fermi até as explosões de raios gama, passando pela ideia de que os extraterrestres já morreram ou estão submersos nos seus planetas aquáticos.
Mas, segundo um novo estudo de pesquisadores da Universidade de Cadiz, na Espanha, publicado em fevereiro deste ano na revista Acta Astronautica, talvez na realidade já tenhamos nos deparado com indícios da existência de seres extraterrestres, e simplesmente não conseguimos interpretar corretamente esses sinais.
Segundo os autores do estudo, os cientistas humanos tendem a procurar civilizações alienígenas que tenham alguma característica em comum com as nossas. E essa noção preconcebida de que a vida como a conhecemos também existe em outras partes do espaço pode estar “cegando” os cientistas quanto a outras possibilidades.
O estudo discute a possibilidade de haver vida alienígena de formas completamente diferentes da que surgiu na Terra, tendo, portanto, características completamente diferentes das nossas.
“O que fazemos é contemplar outras possibilidades”, explicou Gabriel de la Torre, autor principal do estudo, “seres de dimensões que nossas mentes nem podem imaginar, ou inteligências baseadas em matéria escura ou energia escura, que compõem quase 95% do Universo e que estamos somente começando a entender.”
“Há até a possibilidade de haver outros universos, conforme indicam textos de Stephen Hawking e outros cientistas”, acrescenta de la Torre.
Para provar que os humanos estão equivocados constantemente devido às próprias expectativas, os autores do estudo decidiram fazer uma experiência: pediram a 137 pessoas que determinassem se as estruturas e características de diversas fotografias aéreas eram criadas pelo homem, ou se seriam formações naturais.
Uma das fotos escondia uma minúscula imagem de um gorila, que passou completamente despercebido à maior parte dos participantes do estudo – simplesmente porque não estavam à procura especificamente de um gorila ao analisar os cenários.
Esse tipo de situação é chamado de “cegueira por desatenção“, e a equipe sugere que o mesmo possa acontecer com os astrônomos que se dedicam a descobrir indícios de vida fora do nosso planeta.
Ou seja, se não sabemos exatamente o que procurar, provavelmente não encontraremos muita coisa – exatamente o que pode estar acontecendo na busca por vida extraterrestre. E você, leitor, consegue dizer quantos passes a equipe de branco faz no vídeo abaixo?