Tomar banho todos os dias é considerado um hábito básico de higiene que devia ser seguido por todas as pessoas, certo? Mas para especialistas norte-americanos, não é bem assim.
Em vez de colaborar para a redução de infecções, tomar banho diariamente pode, na verdade, aumentar esse risco.
De acordo com Elaine Larson, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, em entrevista ao Daily Mail, banhos excessivos podem reduzir a hidratação da pele, fazendo com que fique seca e rachada, facilitando a entrada de germes causadores de doenças.
Além disso, a chuveirada diária remove os óleos naturais da pele, o que pode reduzir o número de bactérias saudáveis, vírus e outros micro-organismos que vivem no nosso corpo e apoiam o funcionamento do sistema imunológico.
Índios da Amazônia
Com base em observações feitas em índios de aldeias remotas da Amazônia, os cientistas da Universidade de Utah, também nos Estados Unidos, descobriram que a população tinha a maior diversidade de bactérias e funções genéticas já relatadas em um grupo humano, já que não tomavam banho todos os dias.
Segundo os resultados do estudo, ao contrário destes índios amazônicos, os ocidentais são excessivamente limpos, o que afeta suas populações de micróbios e, consequentemente, sua saúde.
Para evitar a perda desses organismos, que executam funções importantes no corpo humano, o dermatologista americano C. Brandon Mitchell dá um conselho radical: banho apenas uma ou duas vezes por semana. “Banhos diários não são necessários”, disse o dermatologista à revista Time.
Contradições
Segundo o Daily Mail, porém, outra pesquisa, realizada no Reino Unido, aconselha a limpeza diária – porque, de acordo com os resultados do estudo, um indivíduo que trabalhe em frente a um computador, por exemplo, pode entrar em contato com 10 milhões de bactérias, que podem causar doenças como gripes e resfriados.
Para efeito de comparação, esse número é 400 vezes maior do que a quantidade média de de bactérias encontradas em um vaso sanitário.
Essas bactérias podem ser encontradas em objetos de uso comum, como celulares, teclados e mouses. Os especialistas recomendam assim que as pessoas desinfectem seus postos de trabalho com frequência.
“As bactérias e vírus podem se multiplicar em superfícies duras, permanecendo infecciosas por até 24 horas”, explica Lisa Ackerley, especialista em higiene e professora da Universidade de Salford, na Inglaterra.
Medidas melhores de limpeza e higiene, incluindo banhos diários, também ajudam a reduzir as doenças adquiridas no ambiente de trabalho.
Ciberia // ZAP