A reabertura de uma das principais atrações do Museu Nacional está nas mãos do público.
Às vésperas de completar 200 anos, a instituição – a primeira de estudos científicos no país – hoje vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro, lançou um financiamento coletivo para remontar a reprodução do dinossauro Maxakalisaurus topai.
Com 13 metros de cumprimento, da cauda à cabeça, o bicho está entre os maiores dinossauros do país e o foi o primeiro de grande porte a ser montado no Brasil. Ficou em exibição desde 2006, no entanto, no fim de 2017, um ataque de cupins destruiu a estrutura de sustentação do esqueleto e a exibição teve de ser fechada.
Atualmente, parte das peças maiores, do fêmur e costelas, por exemplo, está amontoada em um canto da sala. Outras, menores, em caixas.
Por meio da campanha na internet, a expectativa dos organizadores é arrecadar R$ 30 mil e abrir a sala com o Maxakalisaurus, também chamado de dinoprata, a atração principal, até junho. No segundo piso, a sala exibia também réplicas de animais que conviveram no mesmo período, no Brasil, como pterossauros, jacarés extintos, invertebrados e plantas.
“Ao reabrir esta sala, daremos ao visitante a oportunidade de vivenciar um pouco mais sobre a evolução da vida na Terra, especificamente, nesse pedacinho chamado Brasil”, disse o diretor do museu e paleontólogo Alexander Kellner, um dos entusiastas dos dinossauros e descobridor do dinoprata.
“Vamos atingir milhares de indivíduos, sobretudo, estudantes, despertando novas vocações, e atuando na difusão científica junto à população”, completou.
O Maxakalisaurus era herbívoro, pesava até 9 toneladas e viveu no período Cretáceo, há mais de 80 milhões de anos, na região onde fica hoje o município de Prata, em Minas Gerais. A reconstrução completa do réptil, com ossos feitos de resina, ficava à mostra junto com alguns fósseis reais do bicho, que por serem frágeis, estão guardados.
Para a reconstrução da base de madeira há várias formas de doar, a partir de R$ 20, até o dia 4 de junho. Em troca, são ofertadas recompensas como réplicas de dentes de dinossauros, camisetas, canecas e até um desenho original feito pelo paleoartista Marílio Oliveira. As doações são feitas após cadastro no site da campanha.
Depois da sala dos dinossauros, o Museu Nacional quer recuperar a ala da baleia jubarte, fechada há 20 anos. O diretor Kellner explica que trata-se de ossos originais, inteiros, de uma baleia jubarte encontrada em Parati.
“É uma raridade ter uma baleia nessas condições”. Para voltar a exibi-la, Kellner estima a necessidade de arrecadar R$ 1 milhão. “Queremos fazer uma exibição de primeiro mundo, com iluminação e interatividade à altura”, disse.
Recentemente, a reitoria da UFRJ apresentou, em audiência pública, um balanço das condições financeiras da universidade. Os gestores confirmaram que passam por dificuldades, com corte nos investimentos, devido ao contingenciamento de verbas pelo governo federal.