Taro Aso se mostrou arrependido, mas se recusa a pedir demissão. No centro da polêmica está um escândalo de falsificação de documentos e favorecimento ilícito.
Taro Aso, ministro das Finanças do Japão, anunciou que irá abdicar de um ano de salário, depois de um escândalo de falsificação de documentos e de favorecimento ilícito ter vindo a público, em março deste ano.
“Entrego voluntariamente 12 meses do salário de ministro, enquanto esse problema continuar abalando a confiança do público no meu ministério e em toda a administração” japonesa, declarou o ministro à imprensa.
As revelações sobre o escândalo, em março, têm abalado fortemente o governo chefiado pelo primeiro-ministro, Shinzo Abe.
Os nomes do primeiro-ministro e da mulher, Akie Abe, assim como do próprio Taro Aso foram removidos de documentos relacionados com a venda de um terreno do Estado a favor de uma instituição educativa privada.
Os registros manipulados versam sobre um acordo alcançado em 2016 para vender, a cerca de um décimo do valor de mercado, um terreno de propriedade estatal em Psaka (oeste) à Moritomo Gakuem, uma controversa instituição ligada à área da educação que promovia ideias ultranacionalistas e que tinha ligações a Abe e à sua mulher, Akie Abe.
“Os documentos administrativos oficiais nunca deviam ter sido alterados antes de serem apresentados ao parlamento e por isso estou arrependido”, destacou o ministro das Finanças.
Taro Aso, que se recusou a pedir demissão, recebe cerca de 30 milhões de ienes, cerca mais de R$ 1 milhão. Membro de uma família de industriais, Aso é um dos governantes mais abastados do governo japonês.
Esse caso levou ainda à aplicação de sanções a 20 membros do ministério, muitos dos quais viram os salários reduzidos.
De acordo com as últimas sondagens, a popularidade de Shinzo Abe caiu para os 40%, o que poderia pôr em perigo a reeleição, em setembro, para um terceiro mandato à frente do Partido Liberal Democrático (PDL).
Ciberia, Lusa // ZAP