A polícia alemã prendeu neste domingo (08/07) dez pessoas por suspeita de participação em um ataque antissemita em um parque de Berlim. Eles foram acusados de agredir e insultar um homem de nacionalidade síria que usava uma corrente com a estrela de Davi, símbolo do judaísmo.
Segundo o jornal Die Welt, seis dos suspeitos também são originários da Síria. Outros três têm nacionalidade alemã e um não teve não teve a nacionalidade determinada.
De acordo com as autoridades, a vítima, um judeu sírio de 25 anos, se aproximou dos suspeitos para pedir um isqueiro enquanto caminhava no parque James-Simon, na região central de Berlim. Ele contou que os agressores inicialmente roubaram seu cigarro.
Enquanto a vítima reclamava, eles teriam notado sua corrente com símbolo judeu no seu pescoço, passando logo a gritar insultos antissemitas. Um dos agressores bateu no rosto do homem.
A vítima correu e acabou caindo no chão, passando a sofrer chutes dos agressores. O ataque só parou quando outros frequentadores do parque foram ajudar. A vítima sofreu cortes na cabeça e foi levada para um hospital.
A polícia informou que o grupo suspeito pelo ataque – três mulheres entre 15 e 21 anos e sete homens entre 17 e 25 anos – foram liberados no mesmo dia. Uma unidade de investigação especializada em crime de ódio assumiu o caso.
Ataque em abril chocou a Alemanha
Em maio, um refugiado sírio de origem palestina de 19 anos foi considerado culpado por um tribunal de Berlim por lesão corporal grave e por ofender dois homens que caminhavam pela capital alemã usando quipás – chapéu característico do judaísmo.
O ataque ocorreu no dia 17 de abril, em plena luz do dia, e explicitou a persistência do antissemitismo na Alemanha, não só entre membros da extrema direita, mas também entre imigrantes muçulmanos.
Na ocasião, um homem árabe-israelense de 21 anos e seu amigo, um alemão de origem marroquina de 24 anos, passeavam usando quipás pelas ruas do bairro de Prenzlauer Berg quando passaram a ser insultados em árabe por três homens. Quando a dupla pediu para que eles parassem, o sírio de 19 anos começou a agredi-los.
Posteriormente, o árabe-israelense que foi atacado disse à DW que ele não era judeu, mas que decidiu usar o quipá para testar se era perigoso para um judeu caminhar pelas ruas da capital alemã usando a peça de vestuário religiosa.
A pena imposta incluiu quatro semanas de detenção em um centro juvenil. O jovem sírio, identificado como Knaan al-S, no entanto, já tinha cumprido esse período atrás das grades antes do fim do julgamento e acabou deixando o tribunal em liberdade.
O ataque foi condenado por líderes religiosos e políticos na Alemanha. O incidente também provocou protestos em Berlim e em várias outras cidades alemãs. Milhares de pessoas saíram às ruas com quipás para protestar contra o antissemitismo no país.