A televisão pública russa Rossiya 24 divulgou, na quarta-feira (18), o depoimento de um menino que afirma ter participado de uma encenação do suposto ataque químico de 7 de abril contra Douma, na Síria.
O embaixador russo junto das Nações Unidas, Vassili Nebenzia, já defendeu perante os jornalistas que a entrevista deve ser mostrada na próxima reunião do Conselho de Segurança, como “prova das manipulações” que envolvem o suposto ataque.
Na reportagem, intitulada “A encenação da guerra”, a Rossiya 24 afirma que o garoto, identificado como Hassan Diab, um sírio de 11 anos, desempenhou o papel de vítima de ataque químico em um vídeo filmado pela ONG de voluntários Capacetes Brancos, de onde partiu a denúncia do ataque.
“Ouvíamos na rua pessoas gritando ‘vão para o hospital’. E corremos até lá. Quando entrei, me agarraram de imediato, me jogaram água e me colocaram em uma cama junto com outras pessoas”, conta a criança.
O menino não faz qualquer referência a câmeras de filmagem no local, mas um homem apresentado como seu pai, Omar Diab, afirmou que “pela participação na filmagem, os combatentes deram tâmaras, bolos e arroz“.
“Quando soube que a minha família estava no hospital, fiquei louco. Saí do trabalho e voltei ao nosso distrito. Não vi ninguém, não ouvi nada sobre o ataque químico. Saí para fumar e também não senti nada”, disse.
“Entrei no hospital e perguntei pela minha família. Vi que havia muita água no chão da sala. Subi e vi a minha esposa e meus filhos. (…) Depois nos deram tâmaras e bolachas”, recorda.
O ataque com “gases tóxicos”, imputado às forças do regime de Bashar al-Assad, fez supostamente mais de 40 mortos e esteve na origem da ofensiva dos EUA, Reino Unido e França contra instalações ligadas à produção e armazenamento de armas químicas.
A Síria nega a autoria do ataque e a Rússia, país aliado do regime sírio, afirma que foi encenado com a ajuda de serviços especiais estrangeiros.
Ciberia // ZAP