Erich Fonoff, neurocirurgião do Hospital das Clínicas de São Paulo, com especialização em Mal de Parkinson, foi um dos presos, em condução coercitiva, durante ação da Polícia Federal, que fez parte da Operação Dopamina, de acordo com o Pragmatismo Político.
Segundo os investigadores, ele e outros médicos faziam parte de um esquema criminoso de desvio de recursos públicos para a compra de equipamentos médicos. A estimativa de prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 18 milhões.
Apesar disso, o médico virou um assíduo “militante anticorrupção“. Desde que a ex-presidente Dilma Rousseff foi eleita em 2014, ele passou a frequentar vários protestos pró-impeachment e, pelas redes sociais, pedia o “fim da corrupção”, pregando a prisão do ex-presidente Lula e espalhando boatos como de que o governo federal cortaria o Bolsa Família de quem não votasse em Dilma nas eleições de 2014.
As apurações indicaram que os pacientes com Mal de Parkinson eram orientados por Fonoff e pelo diretor administrativo do setor de neurocirurgia do hospital, Waldomiro Pazin, a procurarem a Justiça para conseguir marcapassos cerebrais.
Por meio de decisões judiciais, o hospital adquiria equipamentos sem a necessidade de licitação, que custavam cerca de quatro vezes mais que o preço real.
A fraude funcionou de 2009 a 2014, nos governos do PSDB de José Serra e Geraldo Alckmin. No período foram feitas 154 cirurgias de implante para tratamento de Parkinson com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) com ordem judicial. Não houve licitação para compra de marcapassos de maneira regular.
Ciberia // Revista Fórum