A bomba que matou de 40 crianças em um ônibus escolar no Iêmen, no dia 9 de agosto, foi fabricada pelos Estados Unidos e vendida à Arábia Saudita em 2015.
De acordo com a CNN, que divulga com a notícia, a bomba utilizada tinha 227 quilos, foi guiada por lasers e produzida pela empresa norte-americana Lockheed Martin e posteriormente vendida à Arábia Saudita.
No bombardeio morreram 11 civis e ficaram feridas 79 pessoas, incluindo 46 crianças. O ataque foi realizado pela coligação liderada pela Arábia Saudita e apoiada pelos Estados Unidos. A coligação definiu o ataque aéreo no norte do Iêmen como uma “operação militar legítima“.
Através de uma divulgação, Riad disse que o ataque tinha como alvo os lançadores de mísseis que atingiram a cidade saudita de Jizen no dia anterior, dia 8 de agosto, matando um civil iemenita. Os sauditas acusaram os houthis, que têm apoio iraniano, de usarem crianças como escudos humanos.
Bernie Sanders, senador dos EUA, já reagiu à notícia, afirmando que é hora dos Estados Unidos “pararem de apoiar essa guerra catastrófica”.
“Não podemos dizer que não sabíamos”, prosseguiu, acrescentando que o país deveria “fazer o possível para criar uma resolução pacífica no Iêmen e fornecer ajuda humanitária”, acrescentou, através do Twitter.
Foi durante a presidência de Barack Obama que se bateu o recorde de vendas de armas a Riad, mas em 2016 foi suspensa a venda de armas teleguiadas, depois da explosão de uma bomba em um funeral que matou 115 pessoas.
A venda foi retomada pelo executivo Trump em 2017. Das mais de 17 mil vítimas civis no Iêmen desde 2015, mais de 10 mil foram atingidas por ataques aéreos lançados pela aviação saudita, aponta um relatório da ONU.
Há mais de três anos o Iêmen assiste a uma luta entre o regime sunita e os houthi, rebeldes xiitas, que controlam grande parte do governo no norte do Iêmen.
O governo iemenita está no exílio desde 2014 e conta com o apoio da Arábia Saudita. Já os rebeldes xiitas são apoiados pelo Irã. O conflito é considerado por muitos um pretexto para medir forças entre o Irã e a Arábia Saudita.
Ciberia // ZAP