Quem pensa que todos os índios brasileiros vivem isolados da sociedade está bem enganado. Eles produzem cultura, escrevem livros, lutam por seus direitos e, acima de tudo, merecem ser respeitados. E não deixam de fazer o que sabem de melhor: encontrar formas sustentáveis para seguirem vivendo com saúde.
É o caso de tribos dos povos Tupiniquim e Guarani de Aracruz (ES), que se uniram e criaram uma cooperativa, chamada Tupyguá, para produzir mel de abelha uruçu-amarela, uma espécie nativa da região, que não possui ferrão, e está desaparecendo aos poucos, também por influência humana.
Os indígenas se juntaram para criar colônias do inseto, tendo como objetivo final a reintrodução no habitat das abelhas (que também é o dos índios), e encontraram uma atividade econômica rentável: o projeto começou envolvendo cinco famílias em 2012, e hoje já são 60 na cooperativa.
A criação de abelhas acontece nos quintais das famílias, totalizando cerca de 600 colônias no momento e produzindo mais de 500 quilos de mel anualmente – a produtividade tem aumentado ano após ano.
O mel é envasado e vendido de duas maneiras: in natura (R$ 25 o pote de 185 gramas) e maturado (R$ 20 o pote de 130 gramas). O projeto conta com o apoio da empresa Fibria e do chef Alex Atala, que ajudou a desenvolver uma parceria para que o mel seja vendido no Mercado Municipal de Pinheiros, em São Paulo.
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