Lixo reciclável pode ser trocado por comida no Guarujá, no litoral sul de São Paulo. Desde junho moradores podem trocar resíduos sólidos plásticos como garrafas pets, embalagens de produtos de limpeza em geral, garrafas de água e sacolas plásticas e óleo de fritura por frutas, verduras, legumes e hortaliças, pãezinhos e pescados.
A ideia da prefeitura é estimular a população a separar os materiais recicláveis e ajuda na economia das famílias e na venda de produtos cultivados na região.
O cidadão precisa recolher o lixo reciclável e levá-lo até o caminhão de coleta da Cooperben, que fica estacionado sempre no mesmo endereço que o Caminhão do Peixe, com datas, horários e endereços pré-definidos.
O caminhão de coleta o lixo reciclável, pesa e o morador retira um cupom no valor correspondente ao peso do material entregue.
Um quilo de garrafa pet equivale a R$ 0,70. O litro do óleo doméstico resulta em um cupom de R$0,50. O morador pode usar o cupom para trocar por produtos da Feira da Economia Solidária, na Panificadora Solidária e no Caminhão do Peixe.
A prefeitura pretende aumentar os pontos de coleta do projeto “Reciclou, Levou”. Gilberto Benzi, secretário de Desenvolvimento Econômico e Portuário de Guarujá, diz que grande parte dos moradores não faz a separação do lixo e, por isso, era preciso uma ação forte de conscientização.
“A ideia é criar em todos os bairros. A gente quer que cresça. O importante é que seja autossustentável. Para a dona de casa, é uma economia. Para os cooperados, gera mais emprego e é menos lixo no meio ambiente. Em uma semana, tivemos um retorno muito bom. As pessoas gostaram da ideia, tanto o aspecto financeiro, como social e ambiental”, disse Benzi ao G1.
A ideia foi inspirada em um projeto implantado na cidade de Umuarama (PR) e foi possível graças a uma parceria entre o Fundo Social de Guarujá e a Cooperativa de Beneficiamento de Materiais Recicláveis e Educação Ambiental (Cooperben), que perceberam a necessidade de uma ação dessas na cidade.
Em maio deste ano, foram recolhidos 12.966 toneladas de lixo, cerca de 341 toneladas por semana. O material colhido é levado pelos caminhões coletores para estação de transbordo e em carretas para o Sítio das Neves (aterro licenciado).