No dia 7 de outubro de 2018, um astronauta a bordo da Estação Espacial Internacional (EEI) captou essa incrível imagem enquanto orbitava a uma altitude de mais de 400 quilômetros acima da Austrália.
Esse misterioso espetáculo de luzes laranjas podia muito bem representar um planeta alienígena. Mas não, essa foto é da Terra, envolta em uma incrível luz alaranjada.
Como explicou a NASA, o tom laranja que envolveu o nosso planeta é um fenômeno conhecido como airglow – uma luminescência hipnotizante causada por reações químicas que chegam até o topo da atmosfera terrestre.
Normalmente, esse brilho quase fantasmagórico ocorre quando a radiação ultravioleta da luz solar energiza moléculas de nitrogênio, oxigênio, sódio e ozônio na atmosfera. Por sua vez, essas moléculas carregadas com energia colidem entre si, perdendo consequentemente brilho, que fica fraco – mas visivelmente espetacular.
Segundo a agência espacial norte-americana, e tendo em conta que o brilho é bilhões de vezes mais fraco do que a luz solar, a melhor forma para ver o airglow é durante a noite. Nesse caso em particular, a imagem foi capturada a 400 quilômetros acima do território da Austrália.
O brilho que envolve a Terra, também conhecido como quimilunescência, é comparável às reações químicas mais brilhantes que ocorrem em solo terrestre, incluindo alguns brinquedos como bastões e espadas luminosas, indica a NASA, como exemplo.
Porém, o airglow é bem mais do que apenas um incrível jogo de luz.
A luminescência noturna, nota a Europa Press, revela fenômenos importantes sobre o alcance da atmosfera da Terra, podendo ajudar os cientistas a compreender melhor o comportamento das partículas que “moram” perto da interface entre a Terra e o Espaço, incluindo as ligações entre o clima terrestre e espacial.
Os cientistas já utilizam satélites – IONospheric Connection Explorer (ICON) da NASA, lançado em novembro – para estudar essa zona dinâmica.
É importante salientar que esse fenômeno nem sempre ocorre em tons de laranja. Em 2016, o fotógrafo Miguel Claro capturou um airglow bem mais colorido na montanha do Pico, no arquipélago dos Açores – uma espécie de arco-íris, recorda a Space.com.
Ciberia // ZAP