O clima extremo causado pela mudança climática danificou 45% dos habitats marinhos da costa australiana.
Cientistas da Austrália estimaram as consequências do aquecimento global em grande escala e chegaram à conclusão que mais de 45% das plantas nas águas costeiras australianas foram afetadas pelo aumento das temperaturas. A pesquisa foi publicada na revista Frontiers in Marine Science.
Os cientistas decidiram analisar o impacto acumulativo dos eventos climáticos extremos registrados recentemente nos habitats marinhos da Austrália. Ao analisar o período entre os anos de 2011 e 2017 (quando a temperaturas das águas começou a aumentar), os especialistas descobriram que estes eventos tiveram consequências devastadoras.
Desbotamento dos corais
Em 2011, a temperatura da água foi de 2 a 4 graus mais alta que o normal, o que provocou a perda de cor dos corais ao longo de mil quilômetros da costa australiana e a destruição de centenas de quilômetros de florestas de algas.
O mais provável é que esta teria sido a causa do aumento da mortalidade de tartarugas e dugongos (espécie de mamífero marinho parente da vaca marinha).
Em 2013, foi detectado um vasto desbotamento dos corais na costa de Pilbara, no noroeste do país. Porém, em 2016 foi detectada descoloração em uma escala ainda maior, quando milhares de quilômetros da Grande Barreira de Coral foram afetados. Além disso, as florestas de mangue ficaram danificadas em toda a Austrália devido aos níveis de mar muito baixos.
Os cientistas australianos destacam que o estado das plantas marinhas afeta de forma direta todo o ecossistema da região e leva à morte de seus habitantes: mamíferos e animais invertebrados marinhos, tartarugas e peixes.
De acordo com o estudo, seriam necessários cerca de 15 anos para restaurar os habitats marinhos costeiros. E se tivermos em conta os animais marinhos grandes, tais como tubarões, o processo poderia levar até 60 anos.
// SputnikNews