Estudo publicado pela GSM Association (GSMA) – entidade que representa os interesses das operadoras de redes móveis em todo o mundo – aponta que o Brasil deve liderar a adoção do 5G na América Latina até 2025.
O relatório aponta que até o ano em questão, o país terá 18% da base total de conexões focadas na quinta geração de internet móvel, o que será o maior percentual da região.
A pesquisa da GSMA também prevê que o 5G responderá por quase 10% do número de conexões da América Latina até 2025. O leilão dos espectros para o 5G no Brasil está previsto para ocorrer ainda no primeiro semestre de 2021, mais precisamente entre abril e maio. Enquanto nosso país deve liderar a adoção em cinco anos, o México aparecerá na vice-liderança, com 12% do total de conexões no padrão na região. Na terceira colocação virá o Chile, com 8%, seguido pela Argentina (7%) e Colômbia e Peru (ambos com 6%).
4G ainda será dominante
Mesmo com o 5G ganhando escala, o fato é que o 4G continuará sendo o padrão dominante na América Latina daqui cinco anos. Segundo o estudo da GSMA, a quarta geração de internet móvel saltará de 49% a 67% das conexões mobile na região. No Brasil, essa participação passará de 76% a 81%, com o 2G e o 3G praticamente desaparecendo.
O uso de smartphones em território brasileiro também ampliará o seu domínio. O relatório da GSMA aponta que participação deste tipo de aparelho saltará de 85% para 89% no país. Já na América Latina de forma geral, essa evolução será de 69% para 80%. O Brasil terá 175 milhões de smartphones até 2025, também liderando nesse quesito. O México, mais uma vez, vem na segunda colocação (92 milhões de aparelhos), seguindo pela Colômbia (54 milhões).
Pandemia impactou a indústria mobile
A GSMA afirma também que a pandemia de Covid-19 teve um impacto significativo nas finanças e no desempenho da indústria mobile em 2020. Segundo o estudo, as receitas diminuíram em vários mercados na América Latina, refletindo os descontos oferecidos pelas operadoras em serviços móveis para apoiar os consumidores durante o pandemia.
Outros fatores em jogo incluíram maior uso de conectividade de banda larga fixa durante o lockdown, uma
diminuição nas vendas de dispositivos, em parte devido ao fechamento de lojas, e uma redução nos gastos do consumidor com a desaceleração na atividade econômica, que levou à perda de empregos, principalmente no setor informal.
Mercados com alta proporção de clientes pré-pagos têm sido particularmente vulnerável a gastos reduzidos. Enquanto o crescimento da receita para a região como um todo deve permanecer com números positivos, a previsão é de que o mercado registre baixa de um dígito para o futuro, algo previsível, já que as economias continuarão a lutar com as consequências econômicas da pandemia.
Paradoxalmente, a Covid-19 pode aumentar a necessidade de políticas e reformas regulatórias para desbloquear o potencial do 5G na América Latina. Os principais recursos desse padrão, incluindo velocidades superiores e latência ultrabaixa, podem permitir soluções para empresas que buscam maneiras de impulsionar a produtividade pós-pandemia.
No setor de manufatura, por exemplo, a Covid-19 destacou vários desafios, como escassez de mão de obra em meio a viagens e restrições sociais, além da necessidade de maior visibilidade operacional, inclusive na cadeia de suprimentos. O 5G e redes privadas oferecem uma das muitas rotas para conectar operações aos processos nas fábricas.
Além da manufatura, há uma tendência crescente para a implantação de redes privadas em setores como mineração e serviços públicos. Em julho de 2020, a Nokia e a Telefónica Brasil negociaram com a mineradora Vale para fornecer uma rede LTE privada para a Mina de Carajás – a maior mina de minério de ferro do mundo, localizada na região norte do Brasil.
Enquanto isso, no Chile, o Departamento de Telecomunicações realizou uma consulta 5G para avaliar o interesse no potencial redes para empresas, visando a mineração, porto e os setores agrícola, industrial e de transporte.
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