Desde quando pesquisadores começaram a criar robôs para jogar xadrez, tem sido uma verdadeira humilhação para os profissionais na hora de enfrenta-los. Sendo assim, estamos acostumados com as derrotas quando o assunto são partidas de humano versus máquina.
Com isso em mente, estudiosos da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, decidiram programar um sistema que tem como diretriz ajudar os enxadristas — sem o objetivo primordial de vencer.
O nome desse sistema é Maia e ele foi programado para dar uma força aos jogadores e auxilia-los nos treinamentos.
Pesquisadores da Cornell pegaram o conhecido software AlphaZero, criado pela empresa de inteligência artificial DeepMind, e modificaram-no, executando treinamentos de aprendizado de máquina — de modo que ele jogasse como um humano, e não como um computador.
“Maia caracterizou algoritmicamente quais erros são típicos e os atrelou aos seus níveis, portanto, ele avisa quais jogadas as pessoas devem trabalhar e quais elas provavelmente não devem, devido à dificuldade”, revelou Ashton Anderson, coautor desse projeto na Cornell.
Os resultados impressionam. O sistema Maia igualou os movimentos dos humanos em menos de 50% do tempo habitual, e sua precisão cresceu conforme o nível de habilidade aumentou. Os pesquisadores disseram que a exatidão da previsão é maior do que a de Stockfish, o atual campeão mundial de xadrez de computador.
“Assim, o xadrez se torna um lugar onde podemos tentar compreender a habilidade humana por meio da inteligência artificial superinteligente”, disse o coautor do estudo e professor da Universidade Cornell, Jon Kleinberg. Segundo dados levantados pela instituição, nenhum humano vence um computador em uma partida de xadrez há 15 anos.
Ciberia // Canaltech