Maria de Lourdes, de 56 anos, classificou como “suicídio” a festa que seu filho, um jovem de 31 anos, no momento mais alto da pandemia.
“Era uma festa, mas virou um suicídio”, afirmou. O lamento se deu por uma notícia triste, o rapaz está intubado com covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal da Brasilândia, Zona Norte de São Paulo.
Maria, que também foi diagnosticada com Covid, mas com sintomas leves, disse, em entrevista ao UOL, que não tem orgulho em dizer que o filho saía para essas festas, bailes. “Não pode, né? Mas você já viu segurar homem com o próprio dinheiro?”, explica a vendedora, que, envergonhada, pediu sigilo quanto ao nome do jovem.
Ela contou ainda que seu filho é frentista em um posto de gasolina e por ser um serviço essencial, ele foi ao trabalho durante toda a pandemia. Ainda segundo Maria, o jovem dizia, antes da internação, que havia contraído a covid no trabalho, mas que ela tinha ‘certeza’ de que foi em uma das já citadas festas.
“A gente avisa. Eu falava dos casos na televisão, mas não tinha jeito. Ele ia para essas festas no final de semana. E tem de tudo, né? Bebida, mulheres, muita gente. Os moradores da comunidade odeiam. A gente já tinha medo antes, com esse vírus ficou pior. Era uma festa, mas virou suicídio”, afirmou, também ao UOL, a mãe do jovem.
O estado de São Paulo registrou, nesta quarta-feira (10), 517 novas mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, além de 16.058 novos casos confirmados da doença. A média diária de mortes por Covid-19 no estado foi de 313 óbitos, recorde pelo terceiro dia seguido. Também nesta quarta-feira, subiu para 38 o número de pacientes com covid-19 que morreram na fila de espera por leitos de UTI.
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