Governo vai adiar reclassificação da quarentena alegando falha no sistema do Ministério da Saúde e nega que números subiram na rede particular da capital.
Menos de 24 horas após o fim das eleições municipais, o governo de São Paulo admitiu nesta segunda-feira (16) que ocorreu um aumento nas internações por COVID-19 no estado, informou o site G1. O crescimento entre os dias 8 e 14 de novembro foi 18% maior do que em relação à semana anterior. Isso inclui casos suspeitos e confirmados. Além disso, subiu de 859 para 1.009 a média diária de internações.
O governo decidiu que não vai atualizar esta semana o Plano São Paulo, que regulamenta os estágios da quarentena nas diversas regiões do estado e, a partir dele, estabelece medidas mais duras ou leves de acordo com os indicadores de saúde locais.
O governo também argumentou que levou em conta a falha no sistema do Ministério da Saúde que impactou os dados de mortes pelo coronavírus no estado na última semana. São esses indicadores que determinam as fases da quarentena em cada região.
Nesta segunda-feira (16), São Paulo chegou a 40.576 mortes por COVID-19 e 1.169.377 de casos confirmados da doença desde o início da pandemia em março. O total de casos novos por semana, que estava em queda, ficou estável em relação à semana anterior.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, o governo vai adotar medidas mais restritivas se os indicadores continuarem crescendo.
“Se nós tivermos índices aumentados, seguramente, medidas muito mais austeras e restritivas serão realizadas no sentido de continuarmos a garantir vidas. É assim que o faremos”, afirmou.
Para o governador João Doria (PSDB), sua administração está sendo cuidadosa.
“É uma medida de cautela e que demonstra a nossa responsabilidade em não alterar a qualificação dos estados sem ter todos os indicadores disponíveis”, disse.
Gorinchteyn negou informação de médicos de 15 hospitais que alertaram para o aumento de internações por COVID-19 na rede privada da cidade de São Paulo.
“Todas as internações que acontecem no estado de São Paulo, seja no ambiente público, seja no ambiente privado, são notificadas para os nossos órgãos reguladores dentro da Secretaria de Estado da Saúde. Então nós trabalhamos com números oficiais. Estes números oficiais não revelam o que foi exposto pela mídia”, rebateu.
// Sputnik News