Para mostrar como o plástico vem roubando a vida dos oceanos, o curta de animação “The Beauty” tornou essa metáfora em cena literal – mostrando de forma poética e pungente uma realidade em que o plástico despejado nos mares se transforma em peixes, algas, baleias, águas-vivas.
A trágica realidade das trilhões de partes plásticas que inundam as águas do planeta é denunciada de forma elegante porém evidente – e assustadora – apontando o impacto do lixo sobre a vida marinha e, assim sobre a saúde da Terra: sobre a vida como um todo.
“E se o plástico pudesse se integrar à vida no mar?” pergunta o texto de divulgação da animação, dirigida por Pascal Schelbi e oferecendo uma “jornada poética pelos oceanos” que, segundo o texto, hoje são ao mesmo tempo lindos e imundos.“Descubra um mundo onde as preocupações e os medos se dissolvem na misteriosas profundidade do poluído mar azul”.
Acontece que, na vida real, o plástico justamente não se dissolve – e o fim da animação nos lembra disso e nos traz de volta à terrível realidade atual.
“O filme pretende nos levar em uma jornada na qual todos os nossos sentimentos de culpa desaparecem” diz o diretor, em comunicado.
Por trás da beleza do cenário criado – no qual as garrafas se tornam em baleias, os talheres plásticos em recifes, os canudos em algas, os plásticos-bolha em baiacus, os pneus em enguias, os chinelos em cardumes – há, no entanto, um sentimento de crescente angústia e alarme – que desemboca no fim, quando a realidade se impõe, e o plástico nos mares se revela como de fato é. “No fim, nós despertamos e percebemos que precisamos mudar”, diz o diretor.
Situação exige mudança imediata
Segundo dados oficiais das Nações Unidas, atualmente cerca de 5,3 trilhões de peças plásticas poluem os mares de todo o mundo. Desta imensa massa indestrutível de sujeira, cerca de 269 mil toneladas boiam na superfície das águas, enquanto cerca de 4 bilhões de partes de microplástico por quilômetro quadrado infestam as águas – ameaçando animais e vegetais marinhos.
Especialistas sugerem, no entanto, que se nada mudar esse apocalíptico cenário irá se agravar intensamente: estimativas calculam que a quantidade de plástico nos mares pode triplicar até 2040 sem uma mudança radical na maneira que produzimos, consumimos e jogamos fora tais produtos.
// Hypeness