Um dos maiores desastres nucleares do mundo está prestes a se tornar um marco na produção de energia sustentável.
Em 1986 o mundo sofreu sua maior tragédia nuclear da história, o famoso acidente de Chernobyl, na cidade de Pripyat, na Ucrânia. Mais de 300 mil pessoas evacuaram a área e até hoje o local ainda é um deserto de escombros e tudo o mais que precisou ser deixado para trás às pressas.
Os danos estão sendo sentidos até hoje e são incalculáveis. As terras, por exemplo, ainda permaneceram contaminadas e assim continuarão por séculos, tornando-as impróprias para a agricultura.
Os animais, após 30 anos do desastre, estão, aos poucos, começando a repovoar a região e os arredores, embora sejam totalmente proibidos de serem consumidos por conta de seu índice de radiação. Por conta disso, há muito se procura uma saída para a área e parece que finalmente ela foi encontrada.
Ao menos é isto que pensa um grupo formado por cientistas, investidores e empresários chineses e alemães que, segundo a Bloomberg, querem transformar o local no maior parque de captação de energia solar do planeta.
Segundo o projeto a capacidade do parque será de 2 gigawatts de energia. Parece pouco se compararmos à Hidrelétrica brasileira de Itaipu, maior geradora de energia do mundo com seus 14 GW. Porém, 2 GW é a mesma quantia gerada por dois reatores nucleares.
E claro que não podemos pensar somente em números de watts gerados quando pensamos em produção de energia, mas sim em todos os benefícios que cercam a energia solar, como, por exemplo, o fato de ser energia limpa e que não agride a natureza – como as gigantescas áreas alagadas de uma hidrelétrica que matam todo um ecossistema.
Mais ainda, é necessário considerar os riscos inexistentes de um novo desastre nuclear como o que, mesmo com todo o aumento na segurança após Chernobyl, aconteceu em Fukoshima, no Japão, em 2011.
Além disso, outros 2 pontos interessantes da energia solar chamam a atenção.
O primeiro deles é que, após o investimento inicial, a energia solar tem apenas custo de manutenção – a fonte de energia é inesgotável e garantida para o resto de nossas vidas.
O segundo é que com os aluguéis da área onde serão instalados os painéis, a Ucrânia, um dos países do Leste Europeu que mais foi devastado pela guerra nos últimos anos, terá um reforço na economia e forma de levantar os índices de desenvolvimento da região.
Duas companhias chinesas sozinhas, a GCL System Integration Technology Co Ltd. e a China National Complete Engineering Corp, planejam injetar 1 bilhão de dólares no projeto. Nada mal, para um pequeno país que segue dependente das vontades da vizinha Rússia.
Para terminar, um ponto mais emblemático do que palpável: pode ser o primeiro grande passo para que a energia solar seja assumida como a fonte de energia do futuro.