A Polícia Federal e o Ministério Público Federal fazem na manhã desta quinta-feira uma operação para cumprir nove mandados de prisão e quatro conduções coercitivas na Operação Eficiência — segunda fase da Operação Calicute.
Entre os principais alvos com mandados de prisão expedidos esta quinta-feira estão o empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, o ex-governador Sérgio Cabral, que já está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, além de Wilson Carlos e Carlos Miranda, que também estão presos.
Todos os mandados de prisão foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
Eike Batista não foi encontrado na casa dele no Jardim Botânico. De acordo com o advogado do empresário, Fernando Martins, Batista está viajando e irá se apresentar em breve à polícia. Ainda não se sabe onde e quando.
Para a PF, Eike já é considerado um foragido da Justiça. De acordo com a PF, são investigados crimes de lavagem de dinheiro consistente na ocultação no exterior de aproximadamente US$ 100 milhões.
“Boa parte dos valores já foi repatriada. Também são investigados os crimes de corrupção ativa e corrupção passiva, além de organização criminosa”, informou a corporação em nota.
Os agentes também tentam cumprir mandados de condução coercitiva contra Maurício de Oliveira Cabral Santos, irmão do ex-governador, e Suzana Neves Cabral, ex-mulher de Sérgio Cabral.
Também foram expedidos mandados de prisão preventiva contra Sérgio de Castro de Oliveira, chamado Serjão, operador do esquema; Thiago Aragão, sócio do escritório de Adriana Ancelmo, o advogado Francisco de Assis Neto, o Kiko, o doleiro Álvaro José Galliez, e Flávio Godinho.
Essa etapa da operação Calicute foi baseada em dois acordos de colaboração que revelaram como funcionava o esquema de lavagem de dinheiro e propina cobrada por Cabral em todos os contratos do governo do estado, durante a gestão dele.
Eike teve carreira meteórica e extravagante
Nascido em Governador Valadares em 1956, Eike Fuhrken Batista da Silva é um empresário brasileiro que fez e perdeu sua fortuna na exploração de mineração, petróleo, gás, logística, energia, indústria naval e carvão mineral.
Eike Acumulou bilhões de dólares em um curto espaço de tempo, mas viu as suas empresas derrocarem a partir de 2013. De acordo com a revista Forbes, a fortuna atual do empresário é de US$ 900 milhões (cerca de de R$ 2,121 bilhões).
É presidente do Grupo EBX, um conglomerado formado por seis companhias listadas no Novo Mercado da Bovespa na cidade de São Paulo.
Em 2012, Eike Batista teve sua fortuna ampliada em 10,1 bilhões de dólares por cláusulas da venda de parte da EBX para o fundo Mubadala Development, de Abu Dhabi, tornando-se a 3ª pessoa mais rica do Brasil, com uma fortuna avaliada em US$ 12,4 bilhões. Entrou para a lista dos dez mais ricos do mundo, segundo a revista Forbes, figurando em 7º lugar.
No auge, foi proprietário maior iate do Brasil, produzido pela italiana Spiriti Ferretti, e de uma frota de jatinhos e carros milionários, como uma Mercedes McLaren, além de projetos extravagantes como o que anunciou em 2010: a construção da “Cidade X”, uma cidade supermoderna para cerca de 250.000 pessoas a alguns quilômetros da capital fluminense.
Eike dizia que chegaria a ser o homem mais rico do mundo, com um patrimônio avaliado em 100 bilhões de dólares.
Em 2014, seu patrimônio foi reduzido, segundo suas contas, a 1 bilhão de dólares negativo. Em fevereiro de 2015 os bens de Batista e familiares, como ex-mulher, foram bloqueados, e o empresário responde por seis crimes na Justiça Federal.
// AgÊncia BR / Metropoles / Veja
Ora, se realmente detem esses valores, adquiridos de maneira ilegal, demorou a Justiça em alcança-lo.
Ademais, deu golpe em vários investidores, nacionais e internacionais, pelo que deve responder tambem, e se provadas as atividades ilegais, preso seja.