Afinal, a vida surgiu sem H2O. Uma equipe de pesquisadores sugere outro composto como fonte do surgimento de organismos.
Os cientistas que tentam entender as origens da vida na Terra tropeçam em um paradoxo: a água é indispensável para todas as formas de vida existentes, mas impede a formação de cadeias de polímeros de ácido nucleico, como o RNA, avança a RT.
Como possível solução para este paradoxo, um grupo de pesquisadores sugere que a vida nasceu em um meio diferente e só depois se adaptou à água, de acordo com o estudo publicado no início de janeiro nos Scientific Reports.
A equipe internacional estima que a principal alternativa tenha sido a formamida, um líquido claro composto por hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio que, não apenas facilita a formação de enlaces poliméricos, como reage a outras moléculas e permite formar os compostos necessários para os ácidos nucleicos.
Hoje em dia, nosso planeta não tem formamida suficiente para permitir a aparição de vida e, ainda que uma parte possa vir de cometas e meteoritos, teriam que ser dadas as condições necessárias em algumas zonas para que se formassem os precursores da vida.
No estudo, os cientistas explicam que irradiaram com raios gama cianeto de hidrogênio e acetonitrilo – dois compostos químicos presentes na Terra quando ainda era jovem – e um dos produtos principais que obtiveram foi o amido procedente do ácido fórmico.
Os depósitos radioativos poderiam ter servido como fonte para obter raios similares e produzir formamida em quantidades muito superiores às que qualquer corpo celeste tenha trazido.
Ciberia // ZAP