Com a piora do cenário político, aliados do presidente Michel Temer admitem, de forma reservada, que pode haver a cassação, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da chapa formada por ele e Dilma Rousseff na eleição de 2014.
De acordo com a Rede GNI, na manhã desta terça, ministros relataram que Temer segue com a postura de enfrentar a delação da JBS. Ou seja, não pensa em renunciar nem trabalha com a possibilidade de sofrer impeachment.
A convicção de Temer sobre o impeachment tem razão de ser. Cabe ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado do presidente, analisar os pedidos. Oficialmente, Maia nega que o tema esteja em discussão na Câmara. Ele também tem reafirmado apoio ao presidente.
Mas, segundo deputados, Maia, sempre que questionado sobre isso, tem confidenciado a aliados que não será “pela sua caneta” que Temer cairá.
Mesmo diante da resistência de Temer, aliados do presidente admitem que o “fator Rocha Loures” e a prisão do ex-vice-governador do DF Tadeu Fillipelli (PMDB) complicam a governabilidade do presidente. E assessores fazem a seguinte conta: calculam que três dos sete ministros do TSE cassariam a chapa.
Nomes
Nas discussões de bastidor, os nomes debatidos pelos aliados de Temer – em caso de eleições indiretas, como prevê a Constituição – são, principalmente, os de Rodrigo Maia e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Quem defende Maia diz que ele tem interlocução com a oposição e representaria o mesmo grupo político de Temer – para justificar que ele “herdaria” a base de apoio no Congresso. Pesa contra Maia, na avaliação dos mesmos aliados, o fator Lava Jato. Ele é alvo de dois inquéritos autorizados por Edson Fachin.
Uma ala do Planalto, por sua vez, defende o nome de Henrique Meirelles. Hoje ministro da Fazenda, a avaliação de defensores dele é que Meirelles tem respeito do mercado e garantiria a continuidade da agenda da pauta fiscal – principalmente as reformas.
Ventilado nos bastidores do governo está também o nome da ministra Carmen Lúcia. Mas a presidente do STF afasta a ideia a interlocutores. Ela tem negado, a quem a questionou nos últimos dias, qualquer intenção de se candidatar. Ela repete ser um “delírio”, “sem chance” e diz que não teria correspondência com sua trajetória no Judiciário.
Ela argumenta, também, que hoje o lugar que ela precisa estar é a presidência do STF para garantir o cumprimento da Constituição. Além disso, a ministra teria de ser filiada a algum partido político – já que não se aceita candidatura avulsa.
// Rede GNI