Seres alienígenas tecnologicamente avançados podem ter explorado a Via Láctea e até mesmo visitado há Terra há cerca de 10 milhões de anos — ao menos é esta a visão de Jonathan Carroll-Nellenback, cientista e principal autor de um estudo sobre o assunto publicado no The Astronomical Journal.
O estudo postula que a vida inteligente extraterrestre pode demorar bastante tempo para explorar mundos por aí, pois usariam o movimento dos sistemas estelares para facilitar a viagem entre uma estrela e outra.
A ideia do trabalho seria dar uma resposta ao Paradoxo de Fermi — aquele que indaga por que ainda não detectamos nenhum sinal de vida inteligente fora da Terra —, elaborado pelo físico Enrico Fermi ao se perguntar “onde estariam os ETs?” quando estudava a viabilidade de se viajar entre as estrelas.
Os autores do novo estudo sugerem, então, que tais alienígenas estariam demorando “um pouco” para aparecer por aqui simplesmente porque estariam sendo estratégicos, e viajar por uma galáxia seria algo realmente muito demorado.
“Se você não considera o movimento das estrelas ao tentar resolver esse problema, fica basicamente com uma de duas soluções”, disse Carroll-Nellenback.
Estrelas e seus planetas orbitam o centro da galáxia em diferentes trajetos, a diferentes velocidades. Ao longo de suas trajetórias, ocasionalmente elas se cruzam — e o estudo imagina que os alienígenas poderiam estar esperando seu próximo destino se aproximar de onde eles estão, o que encurtaria a viagem, tornando-a possível.
Mas esses cruzamentos demoram anos, muitos anos, para acontecer. Nosso Sistema Solar, por exemplo, orbita o centro da Via Láctea a cada 230 milhões de anos.
Sendo assim, essas civilizações podem existir, mas não tiveram a oportunidade de chegar até ainda. E, ainda de acordo com o estudo, outra possibilidade é a de terem, sim, nos visitado, mas muito antes de os seres humanos evoluírem — há milhões de anos.
“Se o tempo suficiente for de um bilhão de anos, então essa seria uma solução para o paradoxo de Fermi”, disse Carroll-Nellenback.
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