Angola lança seu primeiro satélite – e desmente que perdeu o contato

A Rússia perdeu, nesta quarta-feira (27), contato com o primeiro satélite angolano de telecomunicações, o Angosat, lançado nesta terça-feira (26) da plataforma de Baikonur no Cazaquistão, segundo uma fonte espacial russa.

O receio é que este possa ser um novo revés para a Roscosmos, depois de, no dia 28 de novembro, a agência espacial russa ter perdido o contato com o foguete Soyuz 2.1b, poucos minutos após o lançamento, que tinha o objetivo de colocar em órbita, entre outros, o satélite meteorológico Meteor-M.

O contato com o Angosat-1 cessou temporariamente, perdemos a telemetria”, indicou a fonte russa à agência France Presse, acrescentando esperar restabelecer a conexão com o satélite.

Entretanto, as autoridades angolanas asseguraram que o Angosat-1 está sob controle, desmentindo as notícias divulgadas segundo as quais a Rússia tinha perdido o contato com o aparelho.

Em declarações aos jornalistas no final do Conselho de Ministros, o secretário de Estado para as Tecnologias de Informação, Manuel Homem, desmentiu problemas nos contatos com o satélite, cumprindo-se o que estava previsto.

Segundo o governante angolano, o que “aconteceu é que de facto o lançamento do satélite ocorreu esta terça-feira. O satélite fez o seu percurso normal, está na órbita para o qual foi planificado” e “temos sob controlo o satélite“, disse Manuel Homem, citado pela agência noticiosa angolana Angop.

O primeiro satélite angolano, Angosat-1, um investimento do Estado angolano de 320 milhões de dólares (mais de R$ 1 bilhão), foi lançado do Cazaquistão nesta terça às 20h em Angola e comemorado na capital Luanda com fogos de artifícios.

O Angosat foi construído pelo consórcio liderado pela empresa estatal russa RSC Energia, e o lançamento foi efetuado pela Roscosmos, a agência espacial da Rússia, usando um foguete ucraniano Zenit-3SLB.

Com o lançamento do Angosat, a Angola se tornou assim no sétimo país africano, ao lado da Argélia, África do Sul, Egito, Marrocos, Nigéria e Tunísia, com um satélite de comunicações em órbita.

Na semana passada, o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de informação Carvalho da Rocha, informou que, comercialmente, 40% da capacidade do satélite já está reservada.

Segundo o ministro angolano, o Estado angolano estima a recuperação do investimento em pelo menos dois anos, olhando valores mínimos de 15 milhões de dólares (cerca de R$ 50 milhões).

“Nossas operadoras, todas juntas, para poderem prestar o serviço de telefonia móvel e outros alugam espaço em outros satélites, que dominam a nossa região. E todas elas juntas gastam em média, por mês, entre 15 a 20 milhões de dólares“, referiu o governante angolano.

A construção do satélite, que teve o lançamento adiado sucessivamente, começou em 2013, com o objetivo de disponibilizar serviços de telecomunicações, televisão, internet e governo eletrônico, devendo permanecer em órbita “na melhor das hipóteses” durante 18 anos.

Em Luanda, capital angolana, o lançamento do Angosat, que terminou com uma sessão de lançamento de fogos de artifício, foi testemunhado por milhares de pessoas através de uma tela gigante instalado numa das principais vias de Luanda.

Ciberia, Lusa // ZAP

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