Valter Pontes / Agecom
A funkeira Anitta
Dona de sucessos como “Vai Malandra”, a artista falou sobre a importância da educação na Brazil Conference, evento organizado pela Universidade de Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. O evento já recebeu autoridades como a ex-presidente Dilma Rousseff.
Nome mais aplaudido da noite, a carioca de 25 anos ressaltou a influência de uma estrutura familiar representada pela figura de sua mãe, além de ter cobrado os políticos de suas responsabilidades como atores decisivos para o desenvolvimento social justo.
“É questão de paciência investir em educação e esperar essa bola de neve ir diminuindo, essa crise ir baixando ao longo do tempo. Investir nisso não vai aparecer em quatro anos. Leva tempo”, constatou a cantora, em matéria publicada pelo G1.
Movimento intensificado por volta dos anos 2000, o funk rotineiramente foi alvo de acusações que o colocam como um dos responsáveis pela violência. Porém, em muitos momentos é possível perceber um preconceito de classe e raça, inflado com a proposta do Senado que tentou criminalizá-lo. Isso se dá porque o estilo musical é popular sobretudo entre jovens negros das periferias brasileiras. Situação vivida também pelo rap.
“Antes de cantar, eu nunca tinha ido à zona sul do Rio de Janeiro. Então é muito difícil você cantar o ‘barquinho vai, a tardinha cai’ [referência à Bossa Nova] se você nunca viu essas coisas. O funkeiro canta a realidade dele. Se ele acorda, abre a janela e vê gente armada e se drogando, gente se prostituindo, essa é a realidade dele”, disse, em declarações divulgadas pela BBC.
“Para mudar as letras do funk, você tem que mudar antes a realidade de quem está naquela área”, completou.
Quase 10 anos depois do início de sua trajetória, Anitta se coloca como uma das principais representações da música brasileira atual, tendo inclusive se apresentado ao lado de Gilberto Gil e Caetano Veloso na abertura das Olimpíadas. Com cachês médios de R$ 200 mil, a cantora foi listada pela revista Vogue como uma das 100 pessoas mais influentes e criativas do mundo.
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