Cientistas descobriram na constelação de Cassiopeia um estranho par de estrelas, uma das quais na sua vida passada teria absorvido cerca de uma dúzia de planetas semelhantes à Terra.
As estrelas podem de vez em quando destruir e “comer” os planetas que giram em seu redor. Isso pode acontecer ou quando os planetas acabam de nascer ou no fim da vida das estrelas, quando sua camada exterior se expande e cobre os planetas, e mesmo após a morte da estrela, quando esta se torna uma anã brancas ou estrela de nêutrons.
Antigamente, os cientistas não prestavam muita atenção a tais processos, pois acreditavam que estes não causavam mudanças significativas na aparência e comportamento das estrelas.
Apenas recentemente, os planetólogos descobriram que, após “comerem” os planetas, as anãs brancas e as estrelas de nêutrons mudam de aspecto exterior, enquanto as estrelas convencionais podem mudar de modo radical de comportamento, tornando-se maiores e menos brilhantes.
O especialista Semyeong Oh, da Universidade de Princeton (EUA), e seus colegas encontraram um dos exemplos mais extraordinários do tal “canibalismo” espacial — o par de estrelas HD 240430 и HD 240429, recém-descobertas na constelação de Cassiopeia (também conhecida como Tamaquaré e Taquaré).
De acordo com os cientistas, estes astros são quase iguais. Formaram-se cerca de 4 bilhões de anos atrás e, desde então, têm viajado pelo espaço em conjunto, situados a apenas dois anos-luz um do outro.
Os astrônomos acreditam que as estrelas façam parte de um sistema estelar duplo, cujos elementos se comportam de forma diferente de outros pares de estrelas.
Os especialistas tentaram verificá-lo e encontraram uma caraterística estranha neste par de astros. O núcleo da primeira estrela contém muito mais “metais”, elementos mais pesados do que o hidrogênio e hélio, do que sua vizinha, diz-se no artigo publicado na biblioteca virtual da Cornell University.
Titãs espaciais
Geralmente, tais diferenças indicam que as estrelas teriam se formado em partes diferentes da galáxia. No entanto, o tamanho e a idade semelhantes das duas estrelas sugerem o contrário.
Semyeong Oh e seus colegas descobriram que este paradoxo “impossível” se deve ao fato de uma das estrelas ter “comido” mais de uma dezena de planetas parecidos com a Terra, cuja massa total dos corpos “devorados” é 15 vezes maior que a da Terra. Esta estrela foi batizada de Cronos, em homenagem ao titã na mitologia grega que devorava seus filhos.
Como é que isso poderia ter acontecido? Segundo os cientistas, recentemente, Cronos e seu irmão Crio teriam se aproximado de outra estrela, cuja gravidade desestabilizou seus sistemas planetários. Como resultado, uma parte ou até todos os planetas foram absorvidos por Cronos.
No momento, os astrônomos estão buscando planetas nos arredores deste sistema estelar que possam ter sofrido este cataclismo. Caso sejam descobertos, ajudarão a entender como Cronos “comeu” seus “filhos”.
Ciberia // Sputnik News