Informações sigilosas que envolvem política? Mais cedo ou mais tarde elas virão à tona pelo grupo hacker Anonymous.
O grupo divulgou na manhã desta terça-feira (14) imagens de páginas do relatório de investigação de um processo que resultou na condenação, em primeira instância, a cinco anos de prisão de um hacker que clonou o celular da primeira-dama Marcela Temer, em abril de 2016.
As páginas em questão mostram o conteúdo das mensagens trocadas entre Marcela e o hacker, as quais inclusive foram publicadas na sexta sexta-feira (10) pelo jornal Folha de São Paulo.
Pouco depois de a reportagem ir ao ar, um juiz de Brasília concedeu liminar para que a Folha “não desse publicidade a qualquer um dos dados e informações obtidas no aparelho celular”.
“Folha de S. Paulo e Globo foram censurados pelo Estado ao divulgarem troca de mensagens da primeira dama, Marcela Temer, com o suposto “hacker” pelo WhatsApp. Não tem problema, nós divulgamos. A informação é pública”, disse o grupo em sua página no Facebook. É possível ler a transcrição completa das mensagens neste link.
Além da Folha de S.Paulo, o jornal Globo também foi obrigado a retirar do ar, nesta segunda-feira (13) suas notícias sobre a tentativa de extorsão sofrida por Marcela Temer.
Apesar da censura judicial que impôs aos jornais, o juiz Raposo Filho, já reconheceu que o interesse à informação deve se sobrepor a outros direitos constitucionalmente protegidos, sendo a imprensa responsável pelas publicações avaliadas como de interesse geral.
Segundo as reportagens publicadas, o hacker escreveu a Marcela: “Pois bem como achei que esse vídeo joga o nome de vosso marido na lama. Quando você disse q ele tem um marqueteiro q faz a parte baixo nível… pensei em ganhar algum com isso.”
Na ocasião, após aplicar um golpe de R$ 15 mil no irmão da primeira-dama, o hacker cobrou R$ 300 mil para não relevar uma conversa dela com o irmão sobre um marqueteiro do então vice-presidente Michel Temer (PMDB).
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