O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, alertou nesta terça-feira que o país pode enfrentar uma nova onda de coronavírus. Segundo ele, o aumento do número de doentes, causado pela chegada da variante Delta, “importada” por viajantes, já gera preocupação, apesar do alto nível de imunização da população.
No auge da pandemia, em janeiro deste ano, cerca de 10 mil casos eram registrados diariamente em Israel. Mas a rapidez da campanha de vacinação, que imunizou 55% dos 9,3 milhões de habitantes com duas doses da vacina e causou inveja em muitos países, conseguiu conter o surto.
Em 15 de junho, o uso obrigatório de máscaras em locais fechados, a última medida sanitária ainda em vigor, chegou a ser suspenso.
Mas as autoridades detectaram 125 novos casos apenas na segunda-feira (21), um aumento considerável depois de semanas em que as infecções diárias se restringiam a um punhado de pessoas.
Segundo o premiê, essa alta é resultado da propagação da variante Delta do coronavírus.
As autoridades apontam que o vírus vem sendo introduzido em Israel por viajantes, mesmo se as fronteiras do país estão praticamente fechadas para os não residentes. Atualmente, quem não vive em Israel só pode entrar no território se apresentar um motivo de força maior, profissional ou familiar.
Mais de 1.000 pessoas foram forçadas a ficar em quarentena em Binyamina (ao norte de Tel Aviv) após o retorno de viajantes de Chipre, acrescentou o primeiro-ministro.
“Balde d’água enquanto o fogo ainda é pequeno”
“Decidimos reagir como se estivéssemos enfrentando uma nova onda” do vírus, disse Naftali Bennett, em visita ao aeroporto internacional de Tel Aviv. “Nosso objetivo é acabar com isso, pegar um balde d’água e despejar em cima do fogo enquanto ainda é pequeno”, acrescentou.
As autoridades vão instalar um centro de testagem adicional no aeroporto para garantir que todos os viajantes realizem um exame de PCR na chegada. O premiê conservador também indicou que o uso de máscaras de proteção será novamente obrigatório dentro do aeroporto de Tel Aviv.
Bennett pediu aos israelenses que não viajem para o exterior. O novo chefe do governo também quer que todas crianças a partir de 12 anos sejam vacinadas “o mais rápido possível”. A maior parte dos casos registrados este mês é de pessoas entre 10 e 19 anos.
// RFI