A Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, que tomou posse ontem, aprovou neste sábado a cassação da procuradora-geral do país, Luisa Ortega Díaz, e a suspensão do direito de exercer qualquer cargo público, após o Tribunal Supremo alegar méritos para a decisão.
Um grupo de agentes da Guarda Nacional Bolivariana da Venezuela (GNB) impediu neste sábado a entrada da procuradora-geral do país, Luisa Ortega Díaz, à sede do Ministério Público (MP).
A procuradora deixou o local após ser obrigada a se retirar, sem que se conheçam, por enquanto, as razões.
Este órgão, que tomou posse na sexta-feira (4), terá a missão de redigir uma nova Constituição da Venezuela, e seus membros se comprometeram a agir rapidamente contra os opositores do presidente Nicolas Maduro.
“Não pensem que vamos esperar semanas, meses ou anos”, disse a ex-ministra das Relações Exteriores, Delcy Rodriguez, depois de ter sido eleita por unanimidade por todos os 545 delegados para liderar a Assembleia. “Amanhã começamos a agir“, disse.
No Twitter, Luísa Ortega diz que este é um “cerco” militar, publicando fotos aparentemente tiradas de câmaras de segurança que mostravam cerca de 30 guardas nacionais.
Mercosul suspende Venezuela por ruptura da ordem democrática
Os chanceleres do Mercosul decidiram hoje (5), por consenso, suspender a Venezuela do bloco – formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – por ruptura da ordem democrática. A sanção foi aplicada com base nas cláusulas do Protocolo de Ushuaia, assinado em 1998.
Entre as exigências para que a questão seja revista estão a “libertação dos presos políticos, a restauração das competências do Poder Legislativo, a retomada do calendário eleitoral e anulação da convocação da Assembleia Constituinte”, diz o documento assinado durante o encontro.
“É uma sanção grave de natureza política”, enfatizou o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira. A partir da medida, os países membros do bloco esperam isolar o governo de Nicolás Maduro, considerado não democrático pelo Mercosul.
“É um elemento a mais que nós estamos colocando para que a Venezuela possa, mediante a luta do seu povo, ter o direito de voltar a participar do Mercosul”, acrescentou o chanceler brasileiro em entrevista coletiva após a reunião.
// ZAP / Agência BR