Graças a uma rede mundial de 18 telescópios robotizados, pesquisadores liderados pela Universidade da Califórnia em Santa Barbara (EUA) conseguiram captar um tipo diferente de explosão de supernova. A descoberta revela informações surpreendentes sobre a estrela companheira da anã branca que provocou o espetáculo.
Até onde sabíamos, as gigantes explosões cósmicas conhecidas como supernovas ocorriam de apenas duas maneiras no nosso universo.
Elas podem acontecer no final do ciclo de vida de uma estrela, quando ela fica sem combustível no seu núcleo e começa a colapsar, ou quando uma anã branca, o núcleo de uma estrela já morta, começa a reunir matéria de outra estrela próxima. Quando pega material suficiente da sua companheira, fica muito pesada e explode.
A teoria mais popular sobre este segundo tipo de supernova é que as duas estrelas envolvidas na explosão são anãs brancas. No entanto, o novo estudo mostra que esse não é o caso da supernova conhecida como SN 2017cbv.
David Sand, professor da Universidade do Arizona (EUA), observou essa supernova no último dia 10 de março, e notou um brilho azul. Minutos depois, ele ativou os 18 telescópios robotizados que fazem parte da rede do Observatório de Las Cumbres para que o evento fosse constantemente monitorado.
“Com a capacidade do observatório de monitorar a supernova a cada poucas horas, conseguimos ver a maior parte do aumento e queda do brilho azul pela primeira vez”, disse Griffin Hosseinzadeh, o autor principal do estudo publicado no Astrophysical Journal, estudante da Universidade da Califórnia.
Depois de analisar a luz azul, os pesquisadores concluíram que a anã branca no centro do evento estava “roubando” matéria de uma estrela que era cerca de 20 vezes maior do que o nosso sol – não de uma outra anã branca, como esperado.
Quando a anã branca já possuía material suficiente para se tornar uma supernova, colidiu com a estrela gigante próxima, levando ao brilho azul, rico em luz ultravioleta. Tal choque não teria sido possível se a estrela companheira fosse outra anã branca.
Este tipo de supernova nunca tinha sido observado antes. “O universo é mais louco do que os autores de ficção científica ousaram imaginar. Supernovas podem destruir suas estrelas próximas, também, liberando quantidades inacreditáveis de energia no processo”, disse Andy Howell, cientista da equipe do Observatório de Las Cumbres.
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