Uma equipe de astrônomos, liderada por pesquisadores da Universidade de Cambridge (Reino Unido), descobriu a menor estrela já medida. Apenas um pouco maior do que Saturno, a atração gravitacional na sua superfície é cerca de 300 vezes mais forte do que a que os humanos sentem na Terra.
A estrela é tão pequena quanto esses objetos podem ser, pois tem apenas massa suficiente para permitir a fusão de hidrogênio em hélio no seu núcleo. Se fosse um pouco menor, a pressão no seu centro não permitiria que este processo ocorresse, o que a desclassificaria como estrela.
Essas estrelas muito pequenas e fracas são boas candidatas para detectarmos planetas do tamanho da Terra que podem ter água líquida em suas superfícies, como TRAPPIST-1, uma anã ultrafria rodeada por sete mundos temperados do tamanho do nosso.
A estrela recentemente medida, chamada EBLM J0555-57Ab, está localizada a cerca de 600 anos-luz de distância. Ela faz parte de um sistema binário, e foi identificada conforme passava na frente de sua companheira muito maior.
A estrela principal tornava-se mais fraca de forma periódica, a assinatura de uma companheira em órbita. Graças a esta configuração especial, os pesquisadores puderam medir com precisão a massa e o tamanho de ambas.
EBLM J0555-57Ab foi encontrada pela experiência científica WASP, administrada pelas Universidades britânicas de Keele, Warwick, Leicester e St Andrews.
Avanço importante
Esta estrela é menor e provavelmente mais fria do que muitos dos exoplanetas de gás gigantes até agora identificados.
Apesar de parecer contraditório, muitas vezes é mais difícil medir o tamanho dessas estrelas de baixa massa do que de planetas maiores. Felizmente, os cientistas conseguem encontrá-las usando equipamentos de caça a planetas, quando elas orbitam uma estrela maior em um sistema binário.
A nova estrela tem uma massa comparável à estimativa atual para TRAPPIST-1, mas um raio quase 30% menor.
Embora sejam as estrelas mais numerosas do universo, as com tamanhos e massas inferiores a 20% do nosso sol são mal compreendidas, uma vez que são difíceis de detectar devido a sua pequena dimensão e baixo brilho.
O projeto EBLM, responsável pela descoberta deste estudo, visa diminuir esse buraco no nosso conhecimento.
“Graças ao projeto EBLM, conseguiremos uma compreensão muito maior dos planetas orbitando as estrelas mais comuns que existem, planetas como os que estão em órbita da TRAPPIST-1”, disse um dos coautores do estudo, Didier Queloz, da Universidade de Cambridge.
// ZAP